Brasília, 26 (Agência Brasil - ABr) - Em busca de respostas para o desafio representado pela excessiva perda de água por evaporação nas barragens do Nordeste, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), por meio do Fundo Setorial de Recursos Hídricos (CT-HIDRO), e com a participação de todos os envolvidos no setor – Agência Nacional de Águas (ANA). Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Operador Nacional do Sistema (ONS) e pesquisadores – financiará um programa de gerenciamento dos recursos hídricos e conservação ambiental para a região.
Cálculos indicam que só na barragem de Sobradinho (Bahia) a evaporação seja de 300 metros cúbicos por segundo. O volume de água perdido seria suficiente para irrigar, anualmente, 300 mil hectares (a área irrigada no Nordeste é de 700 mil hectares), o que poderia ampliar consideravelmente a capacidade de produção de frutas da região. Aumentar o conhecimento científico e tecnológico e assim tentar reduzir os efeitos da evaporação sobre o volume de água dos reservatórios do semi-árido é um dos objetivos do programa de clima e recursos hídricos em desenvolvimento no CGEE.
A idéia do estudo sobre evaporação é usar o reservatório de Sobradinho (BA), no Rio São Francisco, como projeto-piloto. Em parceria com a ANA, Aneel, Chesf, Codevasf e ONS, o programa prevê o desenvolvimento de metodologias capazes de calcular a quantidade de água que se perde pela evaporação.
Outros dois projetos, também ligados à pesquisa sobre a influência do clima no uso e disponibilidade dos recursos hídricos, são voltados para o estudo da vazão dos rios e de grandes reservatórios. O primeiro propõe a previsão de vazões em base diária e horária, para assegurar ações como o alerta de inundação, a programação e a operação em tempo real dos sistemas hidráulicos. A idéia é que se antecipe em até 14 dias, no caso diário, e em até três dias, no caso horário, precipitações ou eventuais enchentes.
O outro visa estudar séries de vazões naturais nos locais de aproveitamento hidrelétrico no período 1931/ 2001, levando-se em conta os diversos usos dos recursos hídricos e revisando os métodos anteriormente empregados. A proposta é estudar a bacia do Rio Paraná, a montante de Itaipu, e colher informações das estações pluviométricas, dados físicos e operativos das usinas, dos estudos de consistência de vazões já realizados e informações da evolução dos usos da água na bacia para irrigação, abastecimento e consumo humano.
