Brasília, 26 (Agência Brasil - ABr) - Representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Corporação Andina de Fomento (CAF) reuniram-se com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, para discutir propostas de ampliação da oferta de crédito para países da América do Sul. O objetivo é aumentar o comércio entre os países da região, especialmente entre Mercosul e Comunidade Andina.
Foram discutidas formas de aumentar o comércio, os investimentos e as parceiras entre empresários na região. Sérgio Amaral lembrou que, antes, essas instituições financiavam principalmente projetos para a criação de infra-estrutura em países em desenvolvimento. Com a nova fase de integração, como Mercosul-Alca, no entanto, os bancos passaram a direcionar créditos para aumentar o comércio internacional.
Além da ampliação de créditos para o comércio na América Latina, também foi discutido o apoio dessas instituições ao Convênio de Crédito Recíproco (CCR). Nesse caso, o BID e a CAF criariam uma espécie de linha emergencial que só seria utilizada pelos países com dificuldades em fazer compensações por meio do sistema.
O apoio da CAF (um FMI de menor proporção na América do Sul) ajudaria os segmentos econômicos dos países do bloco andino a obter maiores recursos, pois significaria também uma espécie de aval contra os critérios de risco-país, que inibem boa parte dos recursos externos.
Também foi sugerida a possibilidade de contratação futura de capital de fundos de pensão para projetos de investimentos em infraestrutura nos países do bloco andino.
O ministro levará as idéias discutidas para a reunião que terá na Colômbia, no princípio do mês, quando discutirá o acordo de livre comércio do Brasil com o bloco. "O governo brasileiro não discutiu na reunião de hoje volume de dinheiro, mas mecanismos que retirem o risco do CCR, hoje sob responsabilidade dos bancos centrais", explicou o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guilherme Dias, que também participou da reunião.
A reunião no Ministério do Desenvolvimento discutiu o envolvimento do Fundo Latino-americano de Reservas, que opera no âmbito do bloco andino para apoiar a redução do risco do CCR. O fundo - que conta hoje com recursos da ordem de US$ 1 bilhão - surgiu inicialmente para equilibrar a balança de pagamentos dos países do Grupo Andino. "Esse recurso não é suficiente para esse fim, mas é o bastante para reforçar os mecanismos de comércio intra-regional", explicou Guilherme Dias.
Durante a reunião, informou Amaral, também foi discutida a possibilidade de aumentar a cooperação entre o BNDES, a CAF e o BID. Pelo fato de o financiamento feito pelo BNDES ser associado à CAF e ao BID, o banco brasileiro teria mais facilidade de realizar empréstimos, uma vez que o risco seria diluído. "De outra maneira, toda a operação do BNDES teria de ser coberta por um seguro do governo brasileiro", disse o ministro.