Ministro Sérgio Amaral já mobiliza ajuda para reconstruir igreja destruída por incêndio

05/09/2002 - 12h20

Brasília, 5 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Sérgio Amaral, que tem casa na cidade de Pirenópolis (GO), já está mobilizando apoio para a reconstrução da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, destruída esta madrugada por um incêndio. Ele informou que o governo federal já se comprometeu a ajudar na recuperação da igreja. E adiantou que os presidentes da Petrobras e do BNDES estariam dispostos a apoiar financeiramente as obras.

O ministro divulgou uma nota de pesar pela tragédia e cancelou seus compromissos esta manhã para poder viajar até o local. A igreja, construída no século XVIII, era a mais antiga do estado e havia sido tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Sérgio Amaral lembrou que, por causa da reforma realizada na igreja há cerca de dois anos, existe um registro detalhado de toda a arquitetura do prédio.

O fogo que destruiu o prédio da Matriz foi detectado por volta das 3h da manhã e, segundo o prefeito de Pirenópolis, Joaquim Flores, teria começado pelo depósito de velas. A suspeita é de que o incêndio tenha sido provocado por um curto-circuito. A cidade, dona de um riquíssimo patrimônio artístico e cultural, não dispõe de um destacamento de bombeiros e teve que recorrer ao Corpo de Bombeiros da vizinha cidade de Anápolis, que só chegaram por volta das 6h.

Os moradores da cidade correram para tentar apagar o fogo, mas não adiantou. Devido ao tempo seco, as chamas se espalharam com muita facilidade e destruíram toda a construção, além de palmeiras centenárias que cercavam a construção. Apenas uma parede ficou de pé. A torre da igreja ameaça desabar e os pilares caíram no meio da manhã.

A Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pirenópolis foi construída pelos escravos entre 1728 e 1738. A arquitetura era em estilo colonial simples e a construção em taipa de pilão (barro e cascalho socados), tendo torres e fachadas estruturadas em madeira. A nave e o piso da igreja eram feitos em madeira e possuía em seu interior rica talha, altar-mor e quatro laterais, além de arco cruzeiro. A Igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1941 e estava sob a responsabilidade da Diocese de Pirenópolis.

Nossa Senhora do Rosário é a padroeira de Pirenópolis e a igreja era a maior feita em taipa de pilão do Brasil. Segundo o presidente da Agência Goiana de Turismo (Agetur), Marcelo Safadi, a destruição deste Patrimônio Histórico Nacional representa uma perda irreparável. "A igreja tinha um acervo fantástico de pinturas e altares. Das esculturas, apenas três foram salvas. O restante foi destruído", informou. O prefeito Joaquim Flores disse que vai começar imediatamente a busca por recursos para uma nova construção.

A obra, um testemunho emocionante da coragem dos bandeirantes ao avançarem pelo sertão do Brasil no Século XVIII, era referência turística no Centro-Oeste. A igreja é a matriz de Pirenópolis e fica no Centro da cidade. A imagem de Nossa Senhora do Rosário veio de Portugal.

Dois fatos importantes aconteceram este ano na Matriz. O primeiro foi em maio, quando arqueólogos encontraram ossadas e peças antigas em frente à igreja. O segundo foi a troca da iluminação. Em junho deste ano os postes foram substituídos por luminárias típicas do século 18.

Em função do incêndio, o diretor do Patrimônio Histórico e Artístico da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico (Agepel), Agnaldo Coelho, estará em Pirenópolis hoje durante todo o dia. Representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já estão no local.

Com informações dO Popular On-line e Globo On Line.