Grevistas do Incra e do MDA desocupam sala no Ministério do Planejamento

14/08/2012 - 21h25

Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os cerca de 30 manifestantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deixaram há pouco a sala de reuniões que ocupavam desde as 16h30, no Ministério do Planejamento.

Segundo o diretor da Associação dos Servidores do MDA, Marcius Alves Crispim, os representantes desocuparam o local em “respeito às outras categorias” que têm reuniões agendadas. “Achamos que nossa ação cumpriu o papel que é chamar a atenção para a falta de respeito do governo. Foram cinco reuniões sem nenhuma proposta”.

Crispim reclamou da postura do governo nas reuniões. “É uma mesa de enrolação para cansar o movimento. Não há proposta. Para nós isso é uma estratégia do governo, que só conversa, não apresenta proposta e não negocia. Depois enfia qualquer coisa ou nada no Orçamento”.

Devido a ocupação da sala da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, as reuniões que o governo teria com representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) foram remarcadas para amanhã (15).

O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que tem ocorrido uma “sequência de conversas” nos últimos dias. “O governo está avaliando um contexto de proposta orçamentária. Não temos números ainda. É uma avaliação complexa, tanto externa quanto interna da economia brasileira, onde qualquer decisão se torna difícil”.

A nova rodada de negociações, previamente agendada para ocorrer nesta quinta-feira (16), foi remarcada para a próxima segunda-feira (20). Segundo Crispim, o governo sinalizou apresentar uma proposta concreta na nova data.

Na avaliação do Ministério do Planejamento a greve dos servidores federais atinge entre 70 mil e 80 mil pessoas. “Temos 520 mil servidores ativos. Se tivessem 350 mil em greve, o país estaria parado e isso não está ocorrendo. A maior parte dos serviços públicos estão funcionando”, disse Mendonça.

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) estima que 350 mil servidores estejam parados.

Amanhã, o secretário recebe também os representantes do Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapefe), Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTTS).

 

Edição: Rivadavia Severo