Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Duas unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foram inauguradas hoje (2) na zona norte da capital fluminense, instaladas no Complexo de Favelas do Lins, que atenderão a 25 mil moradores em 18 comunidades. No total, 480 policiais militares vão patrulhar o local. Com essas UPPs, o Rio já tem 36 unidades instaladas.
Na UPP do Lins, 250 policiais atuarão e haverá mais duas bases avançadas. Já o posto de policiamento na Camarista Méier tem efetivo de 230 homens e bases em mais três favelas.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, admitiu que a violência não foi completamente exterminada das comunidades que têm UPP. “A UPP dessa região vai trazer mais segurança, mais serenidade e tranquilidade para as mães deixarem seus filhos circularem livremente. Quando a gente coloca o policiamento, é a garantia de que a ordem pública está presente, mas não é a garantia de que a violência acabou por inteiro. É a garantia de que o risco de violência caiu drasticamente”.
O coordenador-geral das UPPs, coronel Frederico Caldas, informou que “a UPP não é solução para tudo". "Imaginar que a UPP vai resolver o problema de segurança do estado é de, alguma forma, tentar mascarar um problema mais grave”. Ainda segundo o coronel, as unidades têm dado resposta rápida ao tráfico de drogas, no entanto, não é a única solução. “As companhias destacadas têm dado boas respostas, exatamente por ter a possibilidade de implantação imediata”.
Em 2014, o governo estadual planeja inaugurar, pelo menos, mais quatro UPPs. Segundo o coordenador-geral, o Complexo de Favelas da Maré, na zona norte, terá uma das quatro UPPs previstas para o ano que vem. “Pela sinalização do governo junto com a Secretaria de Segurança, as próximas UPPs serão no Complexo da Maré. Já há um planejamento por parte da Polícia Militar, que contempla o emprego de aproximadamente 1.500 policiais. A gente sabe do tamanho do desafio que é a Maré. O Complexo da Maré é maior que o Complexo do Alemão e da Penha juntos”.
Caldas disse ainda que, para melhorar as táticas de abordagem em comunidades pacificadas, será criada uma cartilha com o objetivo de conscientizar o policial sobre como fazer a revista “de forma mais respeitosa”.
O Complexo de Favelas do Lins foi ocupado no dia 6 de outubro pelos batalhões de Operações Especiais (Bope), de Choque e de Operação com Cães. Durante a ocupação, 70 policiais da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) iniciaram a aproximação com os moradores, que só ocorre após a instalação da UPP.
Na noite de ontem (1º), homens armados atiraram contra a UPP de São Carlos, na zona norte. De acordo com o coronel Caldas, o policiamento foi reforçado na comunidade.
“O São Carlos já recebeu um reforço de 30 policiais. Esse lugar onde houve os disparos ontem, há aproximadamente três meses, houve o mesmo problema. Identificamos uma fragilidade porque a parte alta do morro não era ocupada, porque fica sob uma rede de alta tensão. O que a gente fez foi montar uma base transitória. O que tem se avaliado de mais positivo nesses confrontos são as respostas. As respostas são muito imediatas”, disse.
Edição: Carolina Pimentel
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