Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pacientes que sofrem de artrose podem ter, em menos de dois anos, novas formas de tratamento da doença. Pesquisadores que trabalham em um estudo desenvolvido pela Coordenação de Ensino e Pesquisa do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio de Janeiro, em parceria com uma tese de doutorado do Programa de Ciências Morfológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pretendem identificar fatores genéticos em pacientes com artrose e prevenir e até impedir que a doença se instale em pessoas que tenham o gene de predisposição à doença.
“A nossa ideia é verificar o perfil genético comum a todos com artrose e poder rastrear quem tem um gene que possa identificar a pessoa com possibilidade de ter artrose", disse o responsável pela pesquisa, o ortopedista do Into, Eduardo Branco de Sousa.
O pesquisador informou que o trabalho é inédito e está usando também o banco de tecidos de pessoas mais jovens que morreram a fim de fazer estudos comparativos com outras faixas de idade. “O banco tem material de pacientes jovens sem artrose. A ideia é pegar as células dessas pessoas e cultivar com as células de pacientes doentes e ver se isso se reproduz de novo. Estamos tentando analisar o que tem de relação entre os tecidos da articulação para ver como a doença se manifesta. Até agora sabemos que ela é multifatorial”, explicou.
O ortopedista informou ainda que a artrose é uma doença degenerativa e que, por desconhecimento, muitos pensam que só atinge pessoas idosas. Ele disse que embora a maior incidência esteja na faixa acima dos 60 anos, a doença ataca também pessoas com obesidade e até atletas que fizeram esportes com alta intensidade em faixa etária mais baixa.
“Pessoas obesas têm um risco maior de ter artrose no quadril e joelhos por causa do peso. Pessoas que fizeram esporte de alta intensidade também têm sobrecarrega na articulação. Só que a gente identifica cada vez mais pessoas com menos de 60 anos procurando ajuda no hospital. A gente não sabe se as pessoas mais jovens estão tendo artrose mais cedo ou se antes elas não iam ao médico. Isso tudo na verdade é a nossa angústia”, ressaltou.
Pelos estudos feitos no Into, 57% dos 8.900 pacientes que aguardam cirurgias de quadril, de joelho, de mão e de coluna são pacientes que sofrem de artrose. O médico declarou que esse é o principal tratamento da doença. Ele explicou que a dor é o sintoma mais comum, principalmente, no início das atividades do dia quando a pessoa levanta da cama, mas durante o dia, com o movimento, a tendência é diminuir.
“Com a evolução da doença a dor passa a aparecer também durante o movimento e depois inclusive em repouso. Um outro sinal é que depois disso a pessoa fica com as articulações rígidas e chega a perder os movimentos”, disse, explicando os sintomas do agravamento da artrose.
Edição: Aécio Amado
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