Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, lançou hoje (5) o Centro de Desenvolvimento da Luta Olímpica, em Pirituba, na zona norte de São Paulo. Com isso, o local passa a ser o primeiro núcleo oficial da Confederação Brasileira de Lutas Associadas para formação de categorias de base no estado de São Paulo. Os treinamentos no local começaram em caráter especial no meio do ano, com 60 participantes, e três talentos já foram revelados.
De acordo com o hotsite dos Jogos Olímpicos dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a luta olímpica é uma das mais antigas modalidades esportivas. É disputada em dois estilos nas Olimpíadas, a luta greco-romana e o estilo livre. O objetivo dos dois é igual: imobilizar o adversário de costas para o chão.
O centro inaugurado hoje é equipado com o kit padrão, que inclui tapete oficial e bonecos com pernas e braços para treinos no chão. De acordo com Rebelo, a valorização da luta olímpica é parte da valorização da prática do esporte e da atividade física como legado dos grandes eventos, além de ser prática de saúde e proteção das crianças e adolescentes.
“Quando eles estão dedicando a energia, a inteligência e a vida à prática do esporte. significa que estão driblando os riscos que a sociedade contemporânea oferece para essas criaturas que nem sempre estão protegidas contra a tentação, os vícios e as drogas. O esporte é uma forma importante de protegê-los. O esporte ajuda a formar a mentalidade para a vida”.
O presidente da Federação Paulista de Luta Olímpica, João Roberto Trindade, destacou que a existência de centros olímpicos como o de Pirituba é importante para que exista um trabalho de base que permita a descoberta de novos talentos. “Se não houver talento de base, não haverá futuro. Por isso, é importante chamar as crianças para que, da quantidade, saiam ídolos que puxem outras crianças”.
Trindade reforçou que criar núcleos de treinamento nas periferias tira das ruas crianças que poderiam ser influenciadas pelo tráfico, além de beneficiar bairros periféricos onde não há muito apoio da sociedade. “Se dermos um short e uma camiseta, um espaço para treinar e atenção, as crianças preferem isso a ganhar R$ 1 mil do traficante por mês. Tentamos criar cidadãos que tenham seus direitos e deveres”.
Um dos professores do centro de treinamento, Sérgio de Amorim Ferreira, contou que o foco do núcleo são os adolescentes de 12 a 17 anos, para transformá-los em atletas de alto rendimento. Ele explicou que é fácil atrair as crianças para esse esporte porque só é necessário ter um uniforme básico. “É um esporte que é facilmente massificado e tem a preocupação com a disciplina, dedicação e determinação do atleta. Em pouco tempo, conseguimos criar campeões. Nosso centro de treinamento, que tem apenas dois anos, já tem atletas de destaque nas olimpíadas escolares”.
O vice-presidente da Confederação Brasileira de Lutas Associadas, Elísio Macambira, explicou que a modalidade é a terceira a oferecer mais medalhas nas Olimpíadas, ficando atrás apenas da natação e do atletismo.
“São 18 de ouro, 18 de prata e 32 de bronze. Até então, tínhamos somente seis áreas de luta olímpica no Brasil. Em 2013, conseguimos 50 tapetes, e isso significa que o Brasil tem condições de formação para os atletas”. Segundo ele, em São Paulo existem seis tapetes. Daqui a dois meses, outro centro de treinamento será inaugurado na capital paulista, no bairro de Heliópolis, zona sul.
Edição: Davi Oliveira
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil