Paulo Victor Chagas*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Paraguai terá a partir de terça-feira (29) maior autonomia na venda de energia e no consumo energético para as indústrias a partir da inauguração da linha de transmissão elétrica de 500 quilovolts (kV). A nova linha liga a subestação da Usina Itaipu Binacional, na fronteira com o Brasil, até a capital Assunção.
Durante a Expo Paraguai-Brasil 2013, ocorrida nesta semana, o diretor-geral de Itaipu pelo Paraguai, James Spalding, ressaltou a importância dos incentivos no setor para a economia do país. "A venda de energia elétrica para o exterior é o segundo maior produto de exportação do Paraguai. No ano passado, com a grande seca que tivemos com a soja, a exportação de energia elétrica tornou-se o primeiro ítem”, disse.
Segundo Spalding, o Paraguai é o país que tem a maior produção de energia per capita do mundo e onde apenas a Itaipu Binacional representa 8% do PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma da riqueza de um país. Segundo o diretor-geral de Itaipu Brasil, Jorge Samek, a expectativa é que o país cresça mais de 13% este ano.
A 15 quilômetros da Ponte da Amizade, que une os dois países, a presidenta Dilma Rousseff e o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, acionarão o botão que dá início às transmissões. A cerimônia acontecerá nas instalações da empresa, território neutro entre os dois países.
A nova linha possui cerca de 350 quilômetros e corta o Paraguai de Leste a Oeste, desde Hermandarias à Villa Hayes, na Grande Assunção. Apoiada por mais de 700 torres, ela gera grande expectativa já que pode beneficiar 60% dos usuários de energia do país.
O presidente da Administración Nacional de Electricidad (Ande), Victor Raúl Romero, disse que a meta do Paraguai é receber mais investimentos para que o consumo atual de megawatts (MW) triplique nos próximos 20 anos. “Hoje, 43,3% do consumo de energia elétrica do Paraguai é residencial e apenas 22% industrial. Queremos mudar esse quadro”, disse, segundo a agência de notícias de Itaipu.
Há um mês, o presidente Cartes fez visita de Estado ao Brasil. Na ocasião, a presidenta Dilma disse que a nova linha contribuirá para a integração e a cooperação das cadeias produtivas brasileira e paraguaia. “Essa obra vai permitir grande possibilidade de atração de investidores no Paraguai e contribuirá, sem sombra de dúvida, para a industrialização do país, gerando lá mais emprego e renda”, destacou a presidenta após o encontro.
Viabilizada majoritariamente com recursos do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), sendo o Brasil o maior contribuinte, a empreitada custou cerca de US$ 320 milhões. De acordo com a Itaipu, a nova modalidade de transmissão compreendeu três grandes obras: a ampliação da subestação da binacional, a construção da subestação de Villa Hayes, a 50 quilômetros da capital Assunção e a instalação das linhas de transmissão.
*Com informações da agência pública de notícias Ipparaguay.
Edição: Marcos Chagas