Candidatos contam como foi primeiro dia do Enem

26/10/2013 - 17h38

 

Karine Melo, Fernanda Cruz e Akemi Nitahara
Repórteres da Agência Brasil

Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro  – Ao final do primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), alunos ouvidos pela Agência Brasil em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro se dividiram nas opiniões sobre a prova.

A fiscal de caixa de supermercado, Edilânia dos Santos Souza, de 37 anos, saiu da prova arrependida por não ter estudado suficientemente para o exame. “Achei que o conteúdo da prova estava dentro do esperado. Queria entrar na universidade pelo Enem porque hoje em dia só quem tem um bom emprego consegue sustentar uma faculdade particular”, disse.

Formado em administração de empresas, Elivaldo de Araújo, cursa direito em uma universidade particular em Brasília, mas tenta uma vaga para o mesmo curso em uma instituição pública porque acredita que a mudança dará mais peso ao currículo dele. Aos 39 anos, ele acredita que os candidatos mais jovens “que estão com as matérias mais frescas na cabeça têm mais chances”. Mesmo assim ele achou o nível de dificuldade da prova médio.

Ainda em Brasília, os alunos entrevistados pela Agência Brasil disseram que a organização da prova este ano foi excelente. “As salas estavam numeradas, tinha gente indicando o caminho, as provas lacradas, tudo começou na hora certa, foi bem tranquilo”, avaliou Fernanda Domingos Moreira , de 17 anos, candidata ao curso de música.

Muitos alunos avaliaram que a grande vilã do dia foi a prova de física. “A prova de física estava muito difícil, caíram muitas fórmulas, foi uma prova cansativa”, disse Everton Bruno Ferreira, de 17 anos. O estudante brasiliense, que ainda cursa o segundo ano do ensino médio, diz que vai precisar estudar muito para o ano que vem, quando poderá aproveitar o resultado no exame para ingressar em uma universidade pública.

Em São Paulo, alguns candidatos que deixaram as salas de prova na Universidade Paulista (Unip), campus da Avenida Vergueiro, área central da capital paulista, mostraram desapontamento. Marcelo de Castro Filho, de 19 anos, disse que achou o teste mais difícil do que as provas que já tinha feito. "Já fiz as provas de concurso público da Sabesp [Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo], e achei a do Enem mais difícil". Na universidade, deseja cursar engenharia mecatrônica.

Mairine de Almeida Aguiar, de 18 anos, prestou o Enem no ano passado e considerou o exame deste ano mais difícil. "Não caíram tantos gráficos como antes, [formato] que eu achava mais fácil. Caiu muito mais história", disse a estudante, que pretende ingressar na faculdade de direito.

Mariana Coelho, de 19 anos, ponderou que havia algumas questões complicadas. "Nada que eu não soubesse resolver, mas no ano passado estava mais fácil", definiu. A estudante, que pretende cursar medicina, contou que estudou bastante e se diz muito esforçada. Ela disse que prestou o Enem no ano passado e teve boas notas na parte objetiva da prova, mas não passou por causa da nota da redação. "Dessa vez, minha mãe me obrigou a fazer redação todos os dias", contou.

“Estou com medo é da redação de amanhã. Se cai um tema que o candidato tem intimidade, é ótimo, mas se isso não acontecer”, avaliou Fernanda Santi, de 17 anos, que pretende cursar música.

No Rio de Janeiro, os alunos ouvidos pela reportagem acharam a prova cansativa. Fábia Fabiana, 20 anos, terminou o ensino médio no ano passado e está fazendo o Enem pela primeira vez. Ela pretende estudar administração, mas achou a prova muito difícil. “O que a gente estudou não tinha muito a ver com o que caiu na prova, tinham muitas fórmulas que complicavam a mente. Vamos ver, amanhã, a redação é mais difícil ainda, e português também”.

Eduardo Augusto, de 47 anos, também está fazendo o Enem pela primeira vez. Ele terminou o então segundo grau em 1985 e não teve condições de fazer faculdade na época. “Eu tentei o vestibular na época, mas não passei, era muito concorrido. Talvez se tivesse o Enem, esses meios que têm agora, talvez eu tivesse conseguido”. Augusto explica que fez o pré-vestibular social no ano passado, no Complexo do Alemão, mas que não estudou muitos conteúdos cobrados na prova.

“O que eu estudei no ano passado, nada a ver com o que caiu. Algumas questões eu consegui fazer porque trabalho na área de saúde, outras eram de raciocínio lógico e eu consegui, mas outras eu chutei, principalmente no final, estava cansado”, contou o candidato, que deseja estuda computação.

Aos 29 anos, Guilherme Marins da Cunha, quer cursar jornalismo, e tenta o ingresso em faculdades por meio do Enem. “Eu nunca tinha feito a prova do Enem, ser grande [a prova] assim é bem desgastante, impressiona isso. Mas eu achei a prova boa, aborda alguns temas legais, tem muita questão política, fiquei impressionado com isso, temas de atualidades e história também”.

Já Jéssica Machado, de 16 anos, está fazendo o Enem para se preparar para o ano que vem. Ela está no segundo ano do ensino médio e pretende fazer um curso ligado à arte ou comunicação. “Fiz o Enem só para saber como vai ser no ano que vem, para ter uma noção de como vão ser as questões. Eu achei fácil algumas, outras eu já sabia a matéria, não tinha nada que eu nunca tenha visto na vida”, relatou e advertindo que terá estudar mais física e química.

As provas de ciências humanas e ciências da natureza terminaram às 17h30 (horário de Brasília). Neste domingo (27), além da redação, os candidatos fazem prova de linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.
 

Edição: Carolina Pimentel

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