Produtores brasileiros e americanos firmam acordo para trabalhos conjuntos no setor audiovisual

03/10/2013 - 21h57

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Produtores brasileiros estão animados com a assinatura do memorando de entendimento entre o Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav) e a Producers Guild of America (PGA), associação sem fins lucrativos que reúne produtores de cinema, televisão e novas mídias dos Estados Unidos.

O acordo foi assinado hoje (3), no Armazém da Utopia, sede do Festival do Rio, pela presidenta do Sicav, Sílvia Rabello e o diretor do Comitê Internacional do PGA, Stu Levy. Na avaliação de Sílvia, a parceria vai representar para os produtores brasileiros a oportunidade de trocar conhecimento e tecnologia com os colegas de larga experiência como os americanos. “A gente vai ter a possibilidade de iniciar um intercâmbio com uma associação com quase 6 mil produtores. Eventos importantes com participações em mercados. Acho que vamos ter um belo trabalho pela frente. Com certeza, as coproduções são um grande viés muito importante dessa parceria”, disse à Agência Brasil.

Ela informou que já está em análise a participação de produtores brasileiros, em junho do ano que vem, no Produced By Conference. “É um evento importantíssimo, que a associação faz em Los Angeles [Estados Unidos], onde vai gente de peso do cinema americano para fazer palestras e apresentar tecnologia e novas formas de produção”, disse.

Para o produtor e um dos diretores do Festival do Rio, Marcos Didonet, o acordo é um salto produtivo. Ele explicou que até agora o sindicato era visto apenas como um local onde o produtor podia ter uma defesa jurídica, mas com o memorando a representação da categoria entrou na produção, com perspectivas de coprodução e de contatos com produtoras do mundo inteiro com possibilidade de financiamento. “Coloca o sindicato em outro patamar na relação com o associado. Muitas vezes o produtor está muito isolado no seu projeto. Com o sindicato fazendo esse tipo de coisa, acaba tendo a segurança de que a empresa dele faz parte de uma indústria que vai crescer com certeza”, disse em entrevista à Agência Brasil.

A produtora Gláucia Camargos avaliou que foi aberta uma porta. Ela explicou que, com as fusões das grandes corporações que ocorrem atualmente no mundo, os produtores americanos independentes também ficam, de alguma forma, com mais dificuldade de acessar o mercado em termos de financiamento para as suas produções. “Acho que isso democratiza de certa maneira as relações entre produtores brasileiros e americanos. Cabe a nós, juntos, formatarmos projetos que interessem aos mercados. Na verdade, quem vende um filme não é o produtor, mas o projeto. Se a gente conseguir formatar projetos interessantes, dentro dessa realidade, tem tudo para dar muito certo”, declarou.

O produtor americano Stu Levy disse que era a primeira viagem dele ao Brasil e estava muito bem impressionado. Destacou que o setor de audiovisual é significativo para a economia das Américas. Levy revelou que os membros da associação estão interessados em aprender sobre o Brasil e sobre o trabalho que é feito no país. “Produtores americanos e brasileiros se reuniram para discutir ideias a fim de se tornarem parceiros em projetos conjuntos. Estou muito orgulhoso de estar aqui e assinar este acordo com Silvia, que espero inicie uma produtiva relação no futuro”, ressaltou.

O presidente do Centro Latino-Americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual, Steve Solot, informou que o acordo é pioneiro na América Latina e as negociações começaram, em maio, no Festival de Cannes, na França. “Este é um dia importante. Gostaríamos de agradecer a possibilidade de fazer a assinatura dentro do contexto do Festival do Rio”, disse.

 

Edição: Aécio Amado

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