Da Agência Brasil*
Brasília - Um antigo senhor da guerra, Abdul Rasul Sayyaf, considerado mentor de um dos responsáveis pelos atentados do 11 de Setembro de 2011 nos Estados Unidos, apresentou-se hoje (3) como candidato às eleições presidenciais de abril de 2014 no Afeganistão.
Sayyaff é a segunda figura política de peso a apresentar candidatura presidencial. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Abdullah Abdullah, rival do atual chefe de Estado, Hamid Karzai, também se candidatou. A apresentação das candidaturas termina no domingo (6).
“Não estamos aqui para servir a nossos interesses pessoais. Estamos aqui para curar os males do Afeganistão”, disse Abdul Rasul Sayyaf, acompanhado por dois candidatos ao cargo de vice-presidente, Mohammad Ismail Khan, um antigo chefe de guerra tajique; e Abdul Wahab Erfan, um antigo senador uzbeque.
Sayyaf é um dos mais célebres senhores de guerra afegãos, como são chamados os chefes militares que controlam determinadas regiões de um país. Ele tem origem pashtun, o principal grupo étnico do Afeganistão, e destacou-se durante a guerra contra a ocupação soviética (de 1979 a 1989), antes de se juntar à Aliança do Norte do comandante tajique Ahmad Shah Massoud, durante a guerra civil afegã (de 1992 a 1996).
As milícias controladas por Sayyaf foram apontadas em um relatório das Nações Unidas (ONU) de ter envolvimento em um massacre de centenas de hazaras (grupo étnico minoritário) xiitas em Cabul, em 1993.
Sayyaf é citado em um relatório de uma comissão dos Estados Unidos sobre o 11 de Setembro de 2001 como o mentor do autoproclamado cérebro dos atentados, Khaled Sheikh Mohammed, a quem teria fornecido treinamento militar.
As eleições presidenciais serão no dia 5 de abril do ano que vem, em um contexto de incertezas fomentadas pelos persistentes atos de violência no país e pela retirada dos 87 mil soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), prevista para o final de 2014.
O pleito vai designar o sucessor de Karzai, líder do país desde a queda do regime talibã, em 2001, e cujos integrantes, desde então, iniciaram uma violenta rebelião contra as forças nacionais afegãs e os aliados da Otan. Karzai, que segundo a Constituição não se pode candidatar a um terceiro mandato, ainda não apontou qualquer candidato à sua sucessão.
* Com informações da Agência Lusa
Edição: Davi Oliveira
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