Da Agência Lusa
Brasília - Os progressos em direitos humanos no Afeganistão desde a queda dos talibãs, em 2001, estão ameaçados pela instabilidade que persiste no país, disse hoje (17) a alta comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Navi Pillay. "Creio que a situação dos direitos humanos no país está em vias de se deteriorar”, informou ela, em uma coletiva de imprensa na capital, Cabul, após a primeira visita ao país.
A alta comissária disse ter “discutido longamente” com representantes da sociedade civil, que enfatizaram que os progressos alcançados nos últimos 12 anos “estão frágeis e ameaçados”.
Apesar dos meios militares consideráveis disponibilizados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para apoiar o frágil governo afegão contra os talibãs; os rebeldes, derrubados do poder em 2001, desenvolveram uma violenta insurreição, com atentados, confrontos armados e sequestros.
A instabilidade persistente no país e a influência que os rebeldes ainda exercem, especialmente no Sudeste do país; assim como outros chefes de guerra, em outras regiões; minam o desenvolvimento de projetos destinados a melhorar a democracia local, a educação e os direitos das mulheres, explicou Navi.
A representante das Nações Unidas disse ter pedido garantias ao presidente afegão, Hamid Karzai, que as frágeis conquistas em matéria de direitos humanos sejam preservadas em um momento em que se desenham os dois maiores desafios para o país: a eleição presidencial em abril de 2014 e a retirada da maioria dos 87 mil soldados da Otan até final do próximo ano.