Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, disse que os recursos públicos que estão sendo aplicados na Jornada Mundial da Juventude, antes de representarem gastos são, na verdade investimentos. "Não devíamos olhar apenas do ponto de vista de gastos. Vamos olhar do ponto de vista de entradas. Vai haver muito mais entradas do que despesas. Não é dinheiro que se leva para fora. É dinheiro que dá trabalho, faz circular mercadoria, gera impostos. Se falarmos em gasto para a juventude, estaremos ofendendo os jovens. Nos jovens a gente investe. Portanto, esperamos que este investimento possa trazer o seu retorno, e seremos muito contentes em gastar bastante com eles", analisou, ressaltando ser uma opinião pessoal e não falava pela jornada.

Para o cardeal, além disso, os jovens que participam da JMJ gastam dinheiro e movimentam a economia do Rio e do Brasil. "Os jovens se inscrevem e gastam, viajam. Eles trazem dinheiro ao Brasil. Portanto, eles estão custeando a maior parte de suas despesas", completou ao comentar a manifestação ocorrida ontem (22), próximo ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona sul do Rio, contra os gastos com a visita do papa Francisco.

Para dom Odilo, os governos costumam aplicar recursos em eventos esportivos, culturais, de diversão como o carnaval e em situações sociais, como as manifestações que estão ocorrendo no país e a jornada não é diferente. "O Poder Público intervém, dá as garantias de segurança, de liberdade de manifestação. Não é diferente desta vez e, portanto, me parece bem justificado que o Poder Público faça a sua parte", explicou.

O religioso destacou que o papa veio para uma "macromanifestação" que é a Jornada Mundial da Juventude. " O papa vai falar para esta grande manifestação. As nossas manifestações caseiras deixa para nós", ressaltou dom Odilo ao responder a uma pergunta sobre a expectativa do papa falar sobre as manifestações no país, durante entrevista à imprensa hoje (23), no centro de imprensa da JMJ, no Forte de Copacabana, zona sul da cidade.

Edição: Aécio Amado

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