Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Bolívia, Evo Morales, considerou “insuficientes” os pedidos de desculpa apresentados por governos de quatro países europeus, que proibiram seu avião de sobrevoar e aterrissar. O incidente ocorreu há três dias quando Morales retornava de Moscou, onde participou de reunião sobre produção de gás, e teve de desviar a rota para Viena, na Áustria, onde ficou cerca de 13 horas em terra.
“Os pedidos de desculpa dos países que não permitiram que sobrevoássemos o seu território não são suficientes”, disse Morales, referindo-se aos governos da França, Espanha, de Portugal e da Itália. “O que aconteceu nos últimos dias não é um acaso, não é um erro, alguns países pediram desculpa evocando um erro, mas isso não é um erro”, acrescentou.
No último dia 2, o avião de Morales foi proibido de sobrevoar e aterrissar nos espaços aéreos de Portugal, da França, Itália e Espanha porque havia suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Morales foi obrigado a desviar a rota e aguardar autorização para seguir viagem, em Viena, na Áustria, onde ficou em terra por cerca de 13 horas. Morales vinha de uma reunião técnica sobre produção de gás na Rússia.
Nos Estados Unidos, Snowden é acusado de espionagem e está na Rússia esperando a concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há, ainda, informações que comunicações da União Europeia também foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil, que indicou que não concederá.
“Qual era o objetivo principal [da proibição]? Assustar-me? Calar-me? Intimidar-me? Qual foi o propósito?”, perguntou Morales, que não tinha qualquer intenção de colaborar com o eventual transporte de Snowden. “[Foi uma] violação dos tratados internacionais”.
O governo boliviano convocou com urgência os embaixadores da França, Itália e Espanha, assim como o cônsul honorário português em La Paz, para explicações. O Parlamento da Bolívia discute medidas a serem cobradas dos quatro países.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Graça Adjuto
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