Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Menos de três meses depois de eleito, o papa Francisco tornou hoje (5) pública sua encíclica denominada Lumen Fidei (Luz da Fé). No texto, o papa apela para a busca de formas justas de governo baseadas nos ensinamentos divinos e a serviço do bem comum. Segundo ele, esse é o caminho para superar os conflitos. A encíclica papal é a posição da Igreja Católica Apostólica Romana sobre temas considerados relevantes.
A encíclica de Francisco está dividida em quatro capítulos mais a conclusão, em que ressalta a importância da verdade, fé e esperança.“[Vamos pedir a Deus que nos] ensine a encontrar formas justas de governo, nos quais a autoridade venha de Deus e esteja a serviço do bem comum, nos oferecendo a possibilidade de perdão que nos leva a superar conflitos”, diz ele.
O texto é divulgado no momento em que o mundo assiste à deposição do então presidente do Egito, Mouhamed Mursi, em que há uma intensa crise na Síria, protestos em vários países, inclusive no Brasil, e uma série de cobranças populares pelo fim da corrupção e por mais justiça no mundo.
Na primeira etapa da encíclica, o papa destaca a importância da fé, capaz de “iluminar a existência do homem” e lembra que aquele que acredita em Deus se sente mais forte. Francisco adverte sobre o risco da “idolatria” que, por vezes, substitui a fé. O papa recomenda ainda que os católicos sigam o exemplo de Jesus Cristo, na fé e humildade, e na capacidade de reconhece as virtudes nos outros. “O cristão pode ter os olhos de Jesus, seus sentimentos, sua condição de filho, porque somos receptores do Seu amor e espírito”, ressalta.
No segundo capítulo, Francisco associa a necessidade de manter a fé, a verdade como parceiras na vida. O papa alertou que o mundo enfrenta “uma crise de verdade”. “A verdade grande, a verdade que se explica a vida pessoal e social em seu conjunto”, diz o texto. “Amor e verdade não se podem separar”, acrescenta. Francisco defende ainda que é necessário manter o “diálogo entre fé e razão”."Quem se propõe no seu caminho a prática o bem está perto de Deus”, diz ele.
No terceiro capítulo, Francisco destaca a relevância de cada sacramento da Igreja. Ao mencionar o do matrimônio, o papa cita a “união estável entre homem e mulher”. A citação de Francisco sobre casamento ocorre no momento em que vários países aprovam a legalidade da união entre pessoas de mesmo sexo. O papa não se refere diretamente ao tema, mas lembra que um casamento deve “gerar filhos”. No quarto capítulo, Francisco relaciona a fé e o bem comum, às conquistas pessoais e à evolução de cada um como ser humano, que tenta ser melhor diariamente.
O papa apela ainda que as pessoas mantenham a esperança e não aceitem a banalização na busca por soluções de problemas. “Não nos deixemos roubar a esperança. Não vamos permitir que banalizem soluções e propostas que bloqueiem o caminho”, diz ele no texto.
*Com informações da Rádio Vaticano.
Edição: Talita Cavalcante
Estátua do papa Francisco em tamanho natural está em exposição em Buenos Aires
Papa Francisco instala comissão para propor reforma do Banco do Vaticano
Morrer de fome constitui um verdadeiro escândalo, diz papa Francisco
Papa Francisco se reúne com o presidente da Venezuela no Vaticano