Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os cortes em despesas de custeio da máquina pública, que foram antecipados hoje (5) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e que devem ser oficializados na semana que vem, são uma estratégia consolidada do Plantalto, segundo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele disse que o anúncio é parte do esforço do governo no controle de gastos, para manter a estabilidade econômica e o superávit primário, que é a soma das receitas e despesas do Executivo, descontados os gastos com pagamento de juros.
“A relação dívida/PIB [Produto Interno Bruto] está em um dos patamares mais baixos, em torno de 35%. O Brasil vem mantendo o superávit primário e as contas públicas em dia e isso é parte da estratégia que dura anos”, disse.
Para o líder, o cumprimento dessa reserva usada para o pagamento de juros da dívida pública do país tem sido a base da estratégia do governo. “Se [o país] não viesse cumprindo o superávit não teriamos alcançado a atual estabilidade econômica”, completou.
Os cortes podem chegar até R$ 15 bilhões, como anunciou o ministro Guido Mantega em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo. Mantega antecipou que a economia vai afetar apenas as contas de custeio e não vão restringir os investimentos e os serviços sociais do governo. Ele não detalhou os cortes.
O senador Eduardo Braga evitou analisar hipóteses. No início da semana, o partido de Braga (PMDB) divulgou uma nota recomendando a redução do número de ministérios como estratégia para reduzir gastos e dar mais austeridade aos gastos públicos.
Braga disse que a decisão é de competência da presidenta Dilma Rousseff que está analisando a redução de gastos. De acordo com o líder, apesar de ainda não ter um anúncio oficial sobre redução de cargos comissionados, os cortes podem afetar essas vagas.
Edição: Marcos Chagas
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