Distrito Federal tem 18 centros de educação precoce para crianças com síndrome de Down

21/03/2013 - 8h55

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Desde 2008, com o lançamento da Política Nacional de Educação Especial, as escolas públicas e privadas devem garantir o acesso e a permanência de estudantes com necessidades especiais e articular o ensino regular e a educação especial. Para antes da idade escolar de 4 anos, o Ministério da Educação (MEC) prevê o atendimento educacional especializado para apoiar o desenvolvimento dos alunos.

No Distrito Federal (DF), existem 18 centros de ensino que disponibilizam a chamada educação precoce, que atende a crianças com necessidades especiais desde o nascimento até os 3 anos de idade. O programa atende a cerca de 2 mil crianças em todo o DF. O objetivo é estimular e acolher esses meninos e meninas para que depois sejam incluídos no ensino regular.

No Centro de Ensino Especial 2 de Brasília, localizado no Plano Piloto, cerca de 90% das crianças são incluídas após terem passado pela educação precoce. Para as crianças com síndrome de Down, cujo dia internacional se comemora hoje (21), a taxa de inclusão é superior, chegando quase à totalidade.

O programa é um pontapé inicial. Se fizermos um bom trabalho, a criança não terá problemas para ser incluída”, diz a responsável pelo programa na escola, professora Beatriz Griesinger. Ela acrescenta: “A gente quer que a criança com síndrome de Down tenha espaço, que faça curso superior, que seja inserida no mercado de trabalho. Essa é nossa luta maior e é o que vem acontecendo”, diz.

Beatriz explica que essas crianças precisam ser estimuladas, em todos os sentidos. O programa prevê quatro eixos principais: motor, cognitivo, de linguagem e socioafetivo. “Essas crianças acabam tendo uma rotina e uma carga de atividades maior. Mas isso não é ruim, elas aguentam e se adaptam muito bem a isso, incorporam essa rotina”. A educação precoce oferece atendimento de uma hora e meia, em turmas com 15 crianças em média.

O momento é importante também, explica Beatriz, para que os pais se aproximem dos filhos. “Eles são um excelente estímulo para os pequenos. Eles estão na fase do apego e têm uma relação muito próxima com a mãe. É um momento para essa mãe e esse pai compreenderem melhor a síndrome de Down, quais as limitações e o potencial dos filhos”.

No DF, ainda no hospital, ao receber o diagnóstico, os pais recebem orientações. A educação precoce está entre elas. Além disso, a Caderneta de Saúde "é um importante instrumento para que se registre o desenvolvimento da criança, além de conter informações necessárias e cuidados que os pais devem ter", orienta a educadora.

De acordo com o Censo Escolar, em 2011 foram matriculados 558,4 mil alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns no Brasil. Há dez anos esse número não chegava a 150 mil.

Veja aqui a galeria de fotos.

Confira o especial sobre síndrome de Down do programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, exibido em agosto de 2012. 

Veja também o vídeo Meu filho é Down, e agora?, produzido pela equipe do portal da Empresa Brasil de Comunicação (EBC):

Edição: Tereza Barbosa

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