Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Como parte das comemorações do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, foi lançada hoje (21) a sétima edição do Prêmio Camélia da Liberdade, que reconhece as instituições que promovem ações afirmativas contra a discriminação e as desiguldades raciais no Brasil.
Organizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), o evento reuniu acadêmicos, pesquisadores e lideranças negras no Centro Cultural Carioca, no centro da capital fluminense. O babalaô Ivanir dos Santos, conselheiro do Ceap, ressaltou a importância do prêmio para o setor. “No Brasil você costuma ter prêmios de ações afirmativas para mulheres, portadores de deficiência, homossexuais, mas muito pouco com relação à questão racial”, disse.
O babalaô também falou sobre a aplicação da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares da educação. Segundo ele, a situação ainda está muito precária, mas a ideia do Ceap é continuar a impulsionar o seu emprego nas instituições de ensino.
Para a doutora em educação Azoilda Trindade, a lei instituiu oficialmente a temática negra no currículo escolar, “porque extra-oficialmente a cultura africana e afro-brasileira permeia toda a história do Brasil. A lei ainda tem muitas deficiências em sua implementação, porque ela implica em mudanças de mentalidade”, ressaltou.
De acordo com Azoilda, a premiação é um projeto de educação ampliada, “porque educa o olhar das organizações e da sociedade sobre a importância de se levar em conta as relações étnico-raciais em todos os espaços da sociedade”, disse. “Todos perdem quando alguém é discriminado, o racismo é um problema de toda a sociedade”, completou.
Dividido em quatro categorias - Empresas e Órgãos Governamentais; Instituições de Ensino; Veículos de Comunicação; e Personalidades -, a premiação ocorrerá no dia 24 de abril, na casa de espetáculos Vivo Rio, na zona sul da cidade, e contará com a participação de artistas como os cantores e compositores Jorge Aragão, Nei Lopes e Altay Veloso.
Edição: Aécio Amado
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