Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) elevaram pela segunda semana seguida a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ao final deste ano. Desta vez, a estimativa passou de 8% para 8,25% ao ano. Para o final de 2014, a projeção subiu de 8,25% para 8,50% ao ano.
O aumento da inflação pode levar o BC a subir a Selic para calibrar os preços. A mudança nas expectativas das instituições financeiras ocorreu depois da divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no dia 6 deste mês, quando a taxa foi mantida em 7,25% ao ano.
Na última quinta-feira (14), o BC informou, por meio da ata, que o aumento da inflação pode não ser um fenômeno temporário, mas uma uma eventual acomodação em patamar mais elevado. Mas o comitê ponderou que “incertezas remanescentes – de origem externa e interna – cercam o cenário prospectivo e recomendam que a política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic] deva ser administrada com cautela”.
Apesar dessa expectativa de que a Selic vai subir, tanto a mediana das expectativa de todas as instituições pesquisadas quanto a das cinco que mais acertam as projeções (Top 5), indicam que Selic não deve começar a subir já na próxima reunião do Copom, nos dias 16 e 17 de abril.
O BC trabalha para que a inflação convirja para o centro da meta, que é 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. De acordo com a projeção dos analistas de instituições financeiras, neste ano, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5,73%, contra os 5,82% previstos na pesquisa divulgada na segunda-feira passada. Para 2014, a estimativa passou de 5,50% para 5,54%.
A pesquisa do BC também traz a mediana das expectativas para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que passou de 5,16% para 5,15%, este ano, e de 4,95% para 4,90%, em 2014.
A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi alterada de 5,03% para 4,99%, este ano, e mantida em 5%, em 2014. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa permaneceu em 5,17%, este ano, e passou de 5,31% para 5,28%, em 2014.
Edição: Juliana Andrade
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