Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Cerca de 3.500 trabalhadores das obras de revitalização do Porto Maravilha, na zona portuária do Rio, decidiram manter a paralisação, iniciada na última quarta-feira (13), sem previsão de retorno às atividades. A decisão foi tomada hoje (18) em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que teve a participação do sindicato dos trabalhadores e o Consórcio Porto Novo, responsável pelas obras.
A categoria reivindica direito ao plano de saúde extensivo aos parentes. O consórcio não apresentou contraproposta. A audiência terminou sem consenso. Com a paralisação, as obras estão paradas e o prazo final, previsto para o primeiro semestre de 2016, pode ficar comprometido.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro, alguns operários autorizados continuam perfurando túnel, que integrará o novo sistema viário local. O sindicato informou que os 33 grupos de trabalhadores estão parados. A greve tem adesão de praticamente toda a categoria.
"Devido à posição dos patrões de não negociar, o movimento perdurará", disse Carlos Aberto Souza, da diretoria do sindicato. "No momento, cerca de 70, 80 pessoas estão trabalhando em três turnos, e estão sendo ameaçadas por funcionários que não aderiram à greve, como mestres de obra e engenheiros, que já recebem o plano de saúde. O trabalhador que 'mete a mão na massa', que está sujeito à poeira e outras dificuldades não têm direito ao benefício”, disse.
O consórcio informou, em nota, que atende a todas as cláusulas previstas na convenção coletiva negociada com os trabalhadores em fevereiro deste ano. A empresa ajuizou ação pedindo que a paralisação seja decretada abusiva. De acordo com o consórcio, a oferta do plano de saúde não é obrigatória por lei e não foi negociada na convenção. A empresa ainda alega inviabilidade econômica de oferecer o beneficio, que não consta no orçamento total da obra.
O TRT deu prazo de cinco dias para que o sindicato apresente a defesa no processo. Após o período, será julgada a ação do consórcio.
A greve ocorre um mês após paralisação de 24 horas de cerca de 5,5 mil operários do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, no dia 18 de fevereiro, devido ao atraso nas negociações do acordo coletivo com o Consórcio do Maracanã, que administra a reforma. Após a greve, ficou acertado concessão de reajuste salarial de 11%, cesta básica de R$ 330, manutenção de plano de saúde gratuito e café da manhã completo.
Edição: Carolina Pimentel