Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os líderes políticos dos países muçulmanos anunciaram hoje (8), no Cairo, capital do Egito, o apoio ao combate de oposicionistas no Mali (África). A reação militar é comandada pelo governo da França e conta com o apoio também de tropas de vários países africanos.
"[Manifestamos o] apoio firme aos esforços em curso para que o Mali recupere a sua integridade territorial e a autoridade em todo o território nacional", destacam em comunicado os líderes que se reuniram na 12ª Cúpula da Organização de Cooperação Islâmica (OCI). A OCI reúne 57 países e representa cerca de 1,5 bilhão de muçulmanos no mundo.
Durante as discussões, os líderes defenderam a necessidade de denunciar os atos praticados por diferentes grupos e movimentos terroristas que se envolvem também com o crime organizado e o tráfico de drogas no Mali.
O documento não cita a intervenção militar francesa, que países-membros da OCI, como o Egito e o Catar, criticaram há cerca de um mês. A cúpula, entretanto, apela para a "aceleração da missão internacional de apoio ao Mali" e pede aos países para "darem apoio logístico e financeiro à missão".
O Mali, na África, faz fronteira com oito países e está entre os mais pobres da região. Dos cerca de 12 milhões de habitantes, mais da metade vivem abaixo da linha da pobreza. Incertezas políticas e histórico de golpes de Estado marcam o país. Nos últimos anos, a instabilidade aumentou com a ação de grupos extremistas islâmicos que tentam combater o governo do Mali.
Os grupos extremistas islâmicos, que representam três comandos distintos, ocupam o Norte do país, enquanto o governo tem o controle do Sul. A população se queixa da insegurança e das pressões por parte dos extremistas que adotam a sharia, que é a aplicação dos preceitos islâmicos no cotidiano.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Juliana Andrade