Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – No ano em que completa 95 carnavais, o Cordão da Bola Preta – mais tradicional bloco de rua do Rio de Janeiro – acumula uma dívida de R$ 2,8 milhões. Apesar disso, segundo o presidente Pedro Ernesto Marinho, o desfile de sábado (9), que abre oficialmente o carnaval de rua carioca, está mantido.
O bloco acumulou a dívida ao ficar vários anos sem pagar o condomínio do prédio onde funcionava a antiga sede, na Cinelândia, região central da cidade, de onde parte o desfile de sábado do Cordão da Bola Preta.
A dívida provocou o despejo do Cordão Bola Preta do edifício, em 2008. No ano seguinte, o bloco acabou conseguindo uma nova sede, na Lapa, depois que o governo do estado cedeu um terreno seu para a sociedade carnavalesca.
As dificuldades do bloco não pararam por aí. Em maio do ano passado, o segundo andar da sede do bloco desabou. A reforma, orçada em quase R$ 3 milhões e que seria paga pela prefeitura, não pôde ser feita por uma decisão da Justiça, segundo informação da Secretaria Municipal de Conservação.
“A gente ainda tem um problema sério dessa dívida com o condomínio onde foi a nossa sede, que ainda não está resolvido. E que nem tem como resolver, porque é uma dívida milionária, de R$ 2,8 milhões. Mas dentro da nossa capacidade, a gente tem tentado administrar o Cordão da Bola Preta da melhor forma possível”, disse Marinho.
O terreno do Cordão da Bola Preta é disputado pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), que quer instalar ali sua sede. Na manhã de hoje (6), uma manifestação pediu a entrega do terreno aos policiais. De acordo com o sindicato, o governo do estado prometeu, em 2006, ceder o local ao Sinpol, que, por isso, afirma ter gasto R$ 600 mil com obras no terreno.
O Cordão da Bola Preta concorre ao título de maior festa de rua do mundo, concedido pelo Guinness Book.
Edição: Talita Cavalcante
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