Médicos serão contratados para evitar fechamento da Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso no Rio

05/11/2012 - 21h15

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Setor de Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na zona norte da capital fluminense, não será mais fechado como havia determinado o corpo clínico da unidade na semana passada. Hoje (5), data marcada para o fechamento, representantes do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e do Sindicato dos Médicos (SinMed) se reuniram e ficou decidido que o MS solicitará ao Ministério do Planejamento a contratação temporária de profissionais de saúde para melhorar o atendimento à população.

A Emergência do HFB atende precariamente há um ano oito meses em contêineres instalados em uma área próxima ao estacionamento do hospital, desde que o prédio onde funcionava o setor foi interditado para obras no começo do ano passado. As obras, no entanto, foram interrompidas por causa de irregularidades. A Polícia Federal abriu inquérito para verificar o uso ilegal de verba pública, fraude em licitação e peculato.

De acordo com a presidenta do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, a contratação de profissionais de saúde se dará em um prazo de 30 dias. "A maior deficiência no hospital é a de médicos anestesiologistas, da área de transplantes, e nos setores de emergência e pediatria. A emergência tem capacidade para atendimento para 25 pacientes, a partir daí compromete o acompanhamento médico", disse.

Ela também informou que as obras de reforma serão retomadas em um prazo de 90 dias, que é o tempo para que seja feita uma nova licitação. De acordo com o Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (DGH), a partir de fevereiro de 2013. as obras serão retomadas por meio de licitação para a execução de um novo projeto de reforma.

Na reunião, ficou decidido ainda que, em 30 dias, os contêineres onde atualmente funciona a Emergência passarão por uma desinfecção. O serviço principal será no exaustor dos contêineres para que haja uma maior circulação de ar para afastar o risco de uma contaminação dos pacientes internados.

No dia 22 de setembro, a diretoria do Cremerj se reuniu com representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde e do escritório regional do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Segundo o ministério, para evitar a sobrecarga da emergência, foi iniciada a transferência dos pacientes estáveis para os leitos vagos no próprio HFB e em outras unidades federais no estado. Eles estão sendo transferidos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

O representante da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, no Complexo da Maré, nas proximidades do HFB, Waldir Francisco da Costa, declarou que o hospital é o único disponível na região para atendimento dos moradores dos complexos de favelas de Manguinhos e da Maré.  “Repentinamente, todo mundo está querendo fechar a Emergência. Para eles é fácil, pois têm plano de saúde. E a comunidade? Tem o plano do SUS. Não somos contra oferecer um local de trabalho adequado para o profissional, com salários dignos. Mas fechar uma coisa que estava funcionando, ainda que precariamente, não concordamos de modo algum”, disse.

 

Edição: Aécio Amado