Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Síria foi suspensa temporariamente hoje (16) da Organização da Conferência Islâmica (OCI), que reúne 57 países e defende a integração dos países muçulmanos. A decisão foi tomada durante a cúpula que reuniu os líderes do grupo em Meca, na Arábia Saudita. O governo do Irã tentou impedir a decisão, mas foi voto vencido.
Sob uma onda de violência há 17 meses, a Síria é acusada de violações de direitos humanos, repressão e atentados à democracia. A estimativa é que mais de 20 mil pessoas tenham morrido nos conflitos entre os que são contrários ao presidente sírio, Bashar Al Assad, e as forças leais ao governo.
O secretário-geral da OCI, Ekmeleddin Ihsanoglu, classificou a decisão como “uma forte mensagem dirigida pelo mundo muçulmano ao regime sírio”. “Não se pode continuar a aceitar um regime que massacra o seu povo, utilizando aviões, tanques e artilharia pesada”, disse.
Em comunicado, os líderes da organização disseram que “[houve um consenso sobre] a necessidade de encerrar os atos de violência na Síria e em suspender o país da OCI”. A decisão amplia o isolamento político de Assad na comunidade internacional. Anteriormente, a Liga Árabe (que reúne 23 países, inclusive a Síria) suspendeu o país do bloco.
De acordo com o comunicado, os líderes acrescentaram que “[a OCI] está profundamente inquieta face às carnificinas e atos desumanos a que o povo sírio tem sido submetido”. Há denúncias de torturas, violência sexual e prisões cometidas, inclusive contra crianças e mulheres.
O secretário-geral da organização acrescentou que os países muçulmanos defendem uma solução pacífica para encerrar o impasse na Síria. A suspensão do país da OCI foi proposta pela reunião ministerial que antecedeu a cúpula de dois dias em Meca, em que participaram mais de 40 chefes de Estado árabes, africanos e asiáticos, que integram a organização.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.
Edição: Graça Adjuto