Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O primeiro-secretário da Síria no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Al Baaj, anunciou hoje (13) sua renúncia. Segundo ele, percebeu que a violência se agrava no país e que nada pode fazer para ajudar. A decisão de Al Baaj ocorre pouco mais de uma semana depois de o emissário da ONU e da Liga Árabe na Síria, Kofi Annan, também renunciar.
Al Baaj, representante sírio no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, comunicou pessoalmente sua decisão às autoridades sírias em Genebra. “Há algum tempo que estou em contato com um grupo da oposição. A situação piora dia a dia [na Síria]. Sentia que já não podia continuar a servir o meu país no lado do governo”, disse ele.
Em seguida, o diplomata acrescentou ainda: “Espero que o Conselho de Direitos Humanos possa tomar novas medidas e fazer seu trabalho para proteger e promover o respeito pelos direitos humanos na Síria.”
Al Baaj não disse se pretende pedir asilo político à Suíça. Na semana passada, o então primeiro-ministro da Síria, Riad Hijab, de 48 anos, desertou e fugiu do país. No lugar dele, assumiu o ministro da Saúde, Wael Al Halqi.
A deserção de Hijab foi considerada por especialistas internacionais como sendo a mais expressiva desde que eclodiram os protestos na Síria, em março de 2011. O ex-primeiro-ministro fugiu da Síria rumo à Jordânia com a família e dois oficiais militares.
Na Síria, a onda de violência dura 17 meses e matou mais de 20 mil pessoas, segundo organizações não governamentais. Manifestantes protestam reivindicando a renúncia de Assad, o fim das violações a direitos humanos e mais liberdade.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Carolina Pimentel