Governo de São Paulo poderá conceder incentivos fiscais para evitar demissões na GM de São José dos Campos

02/08/2012 - 21h37

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O governo paulista poderá conceder incentivos fiscais à General Motors (GM) para tentar evitar demissões nas oito fábricas da montadora em São José dos Campos. Hoje (2), o governador Geraldo Alckmin se reuniu com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para tratar do assunto.

Após a reunião, Alckmin anunciou a possibilidade de conceder incentivos fiscais à montadora. “O governo pode ajudar com o nosso Programa Pró-Veículo, onde nós liberamos o crédito de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] para investimento aqui em São Paulo”, disse.

O governador declarou ainda que pretende negociar com a montadora e com o governo federal uma solução para o impasse. “Então nós vamos entrar em entendimento com a direção da General Motors e também com o governo federal. Buscar uma melhor solução, evitando então a demissão e garantindo a manutenção de emprego”, ressaltou.

Desde o começo do ano a GM já promoveu dois programas de demissões voluntárias nas unidades de São José dos Campos. A empresa diz que está transferindo suas atividades para outros municípios paulistas, entre eles São Caetano do Sul. Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a medida pode resultar na demissão de 1,5 mil funcionários. A montadora, apesar de admitir que há excedente de mão de obra, não divulga o número de trabalhadores que podem ser dispensados.

Hoje, atendendo a um pedido do sindicato, a GM concedeu folga remunerada a todos os 7,2 mil trabalhadores das unidades de São José dos Campos. Um grupo de metalúrgicos, em protesto contra as possíveis demissões, bloqueou por cerca de 30 minutos a Rodovia Presidente Dutra.

O presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, espera que a mediação do governo estadual facilite as negociações com a GM. “ Nós esperamos que, a partir dessa conversa de hoje, no próximo sábado (4) [a montadora] possa vir no sentido de começar abrir e discutir propostas com os trabalhadores e com o sindicato”.

 

Edição: Aécio Amado