Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, reforçou hoje (20) as declarações da presidenta Dilma Rousseff, que defendeu a retomada das discussões da Rodada Doha, ao deixar reunião do G-20 (grupo das maiores economias do mundo), no México, ontem (19). As negociações estão travadas desde 2008 por impasses envolvendo subsídios agrícolas.
De acordo com o ministro, com o aumento da produtividade, o Brasil dispõe de mais capacidade para ampliar as trocas comerciais. No entanto, os entraves nos setores de agricultura e de facilitação de comércio, por exemplo, impedem avanços na liberalização do comércio mundial. “A proteção de mercados, isso vai contra a forma de produção e de relacionamento [dos países]”, disse.
Após reuniões bilaterais com os ministros da Finlândia e da Hungria, Mendes Ribeiro pontuou que, no âmbito das trocas, o Brasil precisa aumentar as parcerias internacionais. Colocou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) à disposição da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico no mundo e com foco no aumento da produtividade e do combate à fome.
“Queremos alimentar a fome e isso não se faz sozinho”, declarou o ministro, no Forte de Copacabana, onde se reúne com mais 36 ministros da Agricultura de diversos país, no Humanidade 2012, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Eles vieram acompanhar as negociações do documento final do evento.
Ontem (19), durante a Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil que também ocorre paralelo à Rio+20, milhares de pessoas protestaram contra “retrocessos na política ambiental”. Para hoje, está marcada uma grande marcha contra o Código Florestal, prevista para ter início às 15h. Apesar disso, o ministro disse que o projeto de lei não está mais nas mãos do governo federal.
“Este é assunto passou, amadureceu. Houve o debate, o governo fez o que tinha de fazer e agora é o Congresso [Nacional] que tem de dar sua opinião. O debate foi bastante amadurecido e o governo [federal] fez sua parte”, concluiu Mendes Ribeiro sobre o código.
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Edição: Lílian Beraldo