Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil está em diálogo permanente com a Argentina para reduzir as barreiras impostas pelo país vizinho à entrada de produtos brasileiros. Foi o que informou hoje (18) a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. Segundo ela, o governo argentino está receptivo às demandas brasileiras, mas os resultados não são satisfatórios para o Brasil.
“Estamos em um diálogo permanente. Não estamos satisfeitos com o resultado. Estamos em um trabalho permanente de negociações com os argentinos com vistas à melhorar a situação do comércio bilateral, que é muito importante para o Brasil”, disse ela em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Ela disse ainda que o Brasil busca nas negociações com o governo argentino previsibilidade no comércio para que as empresas brasileiras não sejam surpreendidas na fronteira com os seus produtos barrados. “Eles entendem a preocupação do governo brasileiro quanto à previsibilidade do comércio e demonstraram abertura para garantir isso, ou seja, evitar que as barreiras surpreendam empresas brasileiras na fronteira. Há uma abertura do governo argentino, há disposição em discutir um acordo que garanta previsibilidade ao comércio”.
Tatiana Prazeres disse ainda que o Brasil não pode ser mais prejudicado do que outros países nas relações comerciais com a Argentina. “A crise internacional afeta o comércio da Argentina com seus parceiros, além de questões econômicas que a Argentina enfrenta, que motivam barreiras que nos prejudicam e prejudicam outros parceiros. O governo brasileiro tem se insurgido contra isso e não podemos ser mais prejudicados do que outros por isso.”
Desde fevereiro, a Argentina adota o mecanismo de licença prévia de importação, o que significa que os importadores de bens de consumo devem apresentar a Declaração Jurada Antecipada de Importação (Djai) dada por órgãos do governo argentino. Esse mecanismo burocratiza a liberação de cargas, atrasa os embarques e prejudica vários setores exportadores do Brasil.
Edição: Vinicius Doria