Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Na noite de hoje (18), estudantes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) fizeram um ato público no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, em São Paulo. O objetivo era manifestar apoio aos 22 alunos do campus da Unifesp em Guarulhos (SP) que foram detidos na última quinta-feira (14) por danos ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha e pedir a renúncia do diretor acadêmico da Unifesp de Guarulhos, Marcos Cezar de Freitas. A polícia calculou a presença de 150 estudantes. A organização do movimento estimou a presença de 400 alunos.
Os estudantes da Unifesp de Guarulhos, que pedem por melhor infraestrutura na unidade, estão em greve há 87 dias. Eles dizem que não há salas suficientes no campus, falta moradia e restaurante universitário. A proposta dos estudantes, para ser resolvida em curto prazo, é que seja alugado um prédio ao lado do campus para que as aulas possam ocorrer até que seja construída uma nova unidade.
“O campus de Guarulhos é o mais atrasado de toda a expansão. Não temos salas. [O ato] é para expor os problemas do nosso campus”, disse Michael Melchiori, estudante do curso de filosofia e um dos organizadores da manifestação.
A caminhada dos estudantes pela Avenida Paulista começou por volta das 18h, partindo do Masp, passando pela Praça do Ciclista (próximo à Rua da Consolação) e retornando ao museu por volta das 19h30. Durante todo o trajeto, os estudantes cantaram músicas de protesto e exibiram faixas pedindo a saída do diretor do campus de Guarulhos. À frente do grupo, os estudantes que foram detidos na semana passada e soltos na última sexta-feira (15) fizeram a caminhada de mãos dadas.
Bruno Atanásio, estudante de ciências sociais, foi um dos detidos pela polícia na semana passada. Ele relatou não ter sofrido agressão policial durante a ação, mas reclamou que, ao contrário do que foi informado pela reitoria, os alunos não depredaram o campus antes da chegada dos policiais.
“A polícia usou indevidamente a força. Foi desnecessário”, reclamou. “A gente não tinha quebrado nada. No vídeo [sobre a manifestação ocorrida no campus que foi divulgado semana passada por meio das redes sociais] é possível ver que a diretoria acadêmica estava intacta”, disse Atanásio.
No trajeto, os estudantes ocuparam duas faixas da Avenida Paulista, prejudicando o trânsito na região. De acordo com o major da Polícia Militar, Edenilson Accarini, um estudante foi detido durante a caminhada por fumar um cigarro de maconha. O estudante foi encaminhado ao 8º Distrito Policial.
“Em princípio, a caminhada foi pacífica, porém com bastante prejuízo ao trânsito da cidade”, disse. O major pretende encaminhar uma representação ao Ministério Público de São Paulo por causa dos prejuízos provocados ao trânsito. “Faremos uma representação ao Ministério Público para verificar, junto aos diretórios acadêmicos, a responsabilidade por causar tamanho prejuízo para a cidade de São Paulo”, disse.
A Unifesp foi procurada após o término da passeata para comentar a manifestação, mas não havia ninguém na instituição para falar sobre o assunto.
Edição: Fábio Massalli