Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em greve, promoveram no início da tarde de hoje (28) uma manifestação na Avenida Paulista, uma das principais vias de São Paulo. A categoria reivindica a reestruturação do plano de carreira. Os organizadores disseram que cerca de 600 pessoas participaram da passeata, mas a Polícia Militar paulista estimou a presença de apenas 100.
Segundo Virginia Junqueira, presidenta da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp), todos os seis campi da universidade no estado estão paralisados, inclusive o de Guarulhos, cujos professores aderiram à greve nesta segunda-feira.
"Das 59 [instituições de ensino superior] federais, 49 já estão em greve no Brasil. Estávamos negociando com o governo a proposta de carreira decente. Tínhamos o prazo [para negociar] com o governo até 30 de março. O governo pediu mais dois meses, ou seja, até 31 de maio. Mas, no dia 15 de maio, nos apresentou uma proposta absolutamente inaceitável”, disse Vírginia Junqueira.
A presidenta da associação disse que a greve afeta somente as aulas. “Não cogitamos parar o hospital [Hospital São Paulo], o ambulatório e o pronto-socorro neste momento. O hospital continua funcionando”, disse ela.
Durante o ato, os professores também reclamaram do adiamento da reunião com representantes do Ministério do Planejamento, marcada originalmente para a manhã de hoje. “Não nos disseram o motivo [do adiamento], mas informaram que, em breve, será reagendada. Espero que seja para fazer uma proposta melhor”, disse Virginia.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria do ministério informou que a reunião foi adiada para que os procedimentos da negociação sejam reavaliados pelo governo e que ainda não nova data marcada.
Por meio de nota, o Ministério da Educação disse que a greve dos docentes da Unifesp foi precipitada e informou que as negociações em torno do plano de carreira da categoria estão sendo discutidas com o Ministério do Planejamento. Amanhã (29), os professores da Unifesp fazem nova assembleia, no campus São Paulo, para avaliar a greve.
Edição: Vinicius Doria