Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) terá que se defender sozinho no processo que responde no Conselho de Ética do Senado. Depois do advogado Ruy Cruvinel ter faltado ao depoimento que prestaria como testemunha de defesa do senador, hoje (22) foi a vez do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, avisar que não irá depor a favor de Demóstenes.
O presidente do conselho, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), recebeu no início da noite da noite um ofício dos advogados de Cachoeira comunicando que ele não irá comparecer ao depoimento marcado para amanhã (23). A defesa do empresário alega que ele não irá falar no Senado antes da audiência marcada para o dia 31 de maio na 11ª Vara Criminal Federal, em Goiânia, onde responde a processo por diversos crimes, entre eles, lavagem de dinheiro e corrupção.
Diante da ausência das duas testemunhas de defesa do senador, o presidente do conselho acha que Demóstenes precisará ser ainda mais convincente em seu depoimento para tentar escapar de um pedido de cassação do mandato. “As duas testemunhas arroladas decidiram não comparecer. O relator afirma que vai trabalhar com as provas de que ele dispõe. E tem o depoimento do senador que é muito importante. Ele [Demóstenes] vai ter que convencer”, disse Valadares à Agência Brasil.
O Conselho de Ética do Senado está processando Demóstenes Torres por causa das relações com Cachoeira. O senador goiano é acusado de ter agido em favor do empresário, suspeito de comandar um esquema de jogos ilegais, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. O senador, que se declarou amigo íntimo do empresário, é suspeito de receber dinheiro e atuar no Senado em favor dos interesses da quadrilha descoberta pela Polícia Federal nas operações Monte Carlo e Vegas.
Edição: Vinicius Doria