Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) é um evento completamente diferente da segunda Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92), segundo o senador Fernando Collor (PTB/AL), que preside a Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. Collor, que foi presidente da República durante a Rio92, disse que hoje o mundo e o Brasil têm uma nova pauta e que as ambições devem ser maiores.
Segundo Collor, a Rio+20 será medida por dois aspectos. Um deles é a presença de chefes de Estado e de Governo. “Não se trata mais de convite, mas de convocação. Está faltando esforço de liderança à presidenta Dilma Rousseff, que precisa ligar para os outros chefes de Estado como fez com [Vladmir] Putin [presidente da Rússia] e [François] Hollande [França]. A presidenta precisa assumir isso com vigor. Só assim daremos um peso político a Rio+20”, disse.
Até a semana passada, 117 chefes de Estado e de Governo já tinham informado que vão participar dos debates, mas alguns países, como os Estados Unidos e Reino Unido, devem enviar ministros e assessores. O presidente norte-americano, Barack Obama, está em campanha pela reeleição.
“Ninguém vai perder ou ganhar uma eleição por comparecer um dia no Brasil para participar da Rio+20. O primeiro-ministro britânico justificou que não viria, porque não vai ao mesmo país no mesmo ano. O território onde acontece a Rio+20 é um território das Nações Unidas. E a presença da Alemanha (Angela Merkel) também é importante”, criticou Collor.
A segunda medida para calcular o sucesso da Conferência, segundo o senador, será baseada nos resultados dos debates. “E os resultados têm que ser ambiciosos e afirmativos. Nada como foi o rascunho zero que nos foi enviado. O documento era vergonhoso, não dizia nada. Era um ajuntamento de intenções que burocratas colocaram lá”, alertou o senador.
Edição: Fábio Massalli