Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Entregue à iniciativa privada há mais de 13 anos, o sistema de trens metropolitano do Rio de Janeiro não recebeu investimentos nem manutenção suficiente. A afirmação é do especialista em engenharia de transportes e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Fernando MacDowell.
“A concessão foi feita em 1998. Desde então, não se evoluiu grande coisa. Com o tempo que se perdeu lá para trás, era para [o sistema ferroviário] estar em condições melhores. Apesar de termos um ou outro trem novo, ainda há muito para ser feito”, disse.
A Supervia, empresa concessionária que administra a rede ferroviária metropolitana do Rio de Janeiro, mudou de mãos em novembro de 2010. O novo controlador é a empreiteira Odebrecht. Segundo o especialista, a Odebrecht terá que fazer grandes investimentos, em um espaço de tempo relativamente curto.
Segundo ele, uma das dificuldades é que os investimentos precisam ser feitos em todos os setores do sistema ferroviário ao mesmo tempo. “É preciso olhar o sistema da Supervia como um sistema de fato. Tem que olhar as vias permanentes, para não haver descarrilamento. Você tem que olhar todo o sistema de energia. Não adianta ter um trem novinho, se a via não está boa”, disse.
Além desses investimentos em infraestrutura, MacDowell destaca que é necessário preparar bem os funcionários e realizar manutenções preventivas, assim como acontece no transporte aéreo. “Tem que fazer manutenção da peça antes que ela dê problema”, destaca.
MacDowell afirma ainda que é preciso que haja uma fiscalização do governo, a fim de que as melhorias que a Supervia está anunciando sejam mesmo realizadas. Caso os investimentos previstos não sejam feitos, o governo fluminense pode aplicar multas à concessionária. “Eu acredito que a Odebrecht tenha condições de fazer essas melhorias, até porque ela tem um nome a zelar”, disse.
Edição: Fernando Fraga