Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Atrasos, superlotação e má conservação dos trens. Esses são alguns dos problemas apontados por passageiros que utilizam diariamente o sistema de trens urbanos da região metropolitana do Rio de Janeiro. Privatizado em 1998 e hoje operado pela empresa Supervia, o sistema fluminense recebeu investimentos, mas continua apresentando problemas rotineiros, que prejudicam a vida dos mais de meio milhão de passageiros que usam o sistema ferroviário diariamente.
No início deste mês, por exemplo, o defeito e a consequente evacuação de um dos trens que seguiam da Baixada Fluminense para o centro do Rio de Janeiro provocaram revolta nos passageiros, que ocuparam trilhos e provocaram o fechamento de quatro estações ferroviárias. A Central do Brasil, principal estação do sistema, foi ocupada por policiais militares, que dispersaram os manifestantes com bombas de efeito moral.
Em abril de 2010, um trem que seguia da zona oeste para o centro do Rio descarrilou, deixando 25 feridos. Três anos antes, a colisão de dois trens já havia deixado oito mortos e 100 feridos na Baixada Fluminense.
A doméstica Solange Silvestre, de 47 anos, usa os trens desde que era adolescente. Moradora de Austin, na Baixada Fluminense, ela usa o sistema ferroviário diariamente para se deslocar de casa para o trabalho. “Tem dia que está bom, tem dia que está ruim. Tem dia que está atrasado. No final do dia, das 17h30 às 18h, o trem sempre vai cheio demais. Quem trabalha nas estações no meio do caminho não consegue entrar nos trens, porque vai lotado e são poucos vagões. Tem que melhorar muita coisa, porque a gente passa muito sufoco”, reclama.
O técnico contábil Ricardo Dias, de 38 anos, que mora em Nilópolis, conta que os trens são mal conservados e, geralmente, estão sujos. “Atraso, sujeira, má conservação. É uma total falta de respeito da Supervia com o usuário”, disse.
Para a moradora de Belford Roxo Bena Barbosa, de 58 anos, a ocorrência de defeitos nos trens é comum e isso provoca atraso nas viagens. “O trem é horrível. A gente só pega cheio. Para a gente, que tem idade, é horrível, porque o jovem entra na frente e a gente fica para trás. Muitas vezes, o trem está avariado e isso causa muito atraso. Ou a gente tem que sair para procurar outra condução ou esperar o próximo trem. É muito ruim, porque a gente chega atrasado e os patrões não entendem”.
Edição: Fernando Fraga