Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram neste domingo (26) que deixarão de sequestrar pessoas no país em troca de dinheiro para financiar a luta armada. A organização anunciou também a libertação de todos os reféns que estão em seu poder. As Farc começaram a atuar na década de 1960 e se tornaram expoentes da guerrilha esquerdista na América Latina.
O comunicado relativo ao fim dos sequestros com extorsão, assinado pelo Secretariado do Estado-Maior Central das Farc e publicado no site do grupo na internet, afirma que os dez prisioneiros mantidos atualmente pela organização serão soltos, quatro a mais que os seis prometidos no final do ano passado. De acordo com as Farc, a libertação só não ocorreu antes porque o governo colombiano não desmilitarizou a área onde a ação ocorreria.
Apesar de anunciar o fim desse tipo de sequestros, os guerrilheiros afirmam que as atitudes do governo colombiano, como o incremento de gastos militares, indicam “o prolongamento indefinido da guerra”. O atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, tem como uma de suas bandeiras o cerco às Farc e o fim da guerrilha armada no país. "É hora de começar a esclarecer quem e com que propósitos sequestra-se hoje na Colômbia", ressalta trecho do documento.
No comunicado, a organização também destaca a participação do governo brasileiro na libertação dos reféns, confirmada há duas semanas pelo governo colombiano e pelo Itamaraty. Esta não é a primeira vez que o Brasil colabora na libertação de reféns das Farc, o que já ocorreu em 2009 e 2010. No ano passado, a ajuda brasileira foi frustrada, já que os prisioneiros prometidos não foram libertados.
A organização também manifesta "sentimentos de admiração" aos familiares dos policiais e militares ainda retidos, que "jamais perderam a fé em que os seus recobrariam a liberdade".
Edição: Nádia Franco