Morillo Carvalho
Enviado especial da EBC
São Luís – "Abre-alas Brasil: o Maranhão está chegando". Com esse lema, as atividades do carnaval de rua de São Luís celebram os 400 anos da capital maranhense, também homenageados pelo enredo apresentado pela Escola de Samba Beija Flor de Nilópolis, atual campeã do carnaval carioca.
Para dar segurança aos foliões, mais de mil policiais estão nas ruas da capital, mas o policiamento também foi reforçado no interior do estado. No Maranhão, ocorre um movimento contrário ao de outras cidades nesta época: moradores da capital buscam o interior para animar a folia de Momo.
Por causa desse costume, na manhã de ontem (18), um intenso engarrafamento formou-se na principal saída da ilha de São Luís, fazendo com que o trecho da capital até o município de Bacabal – que fica a aproximadamente 250 quilômetros – fosse percorrido no dobro do tempo normal.
A festa de Momo na capital tem mais de dez manifestações de cultura popular quase que exclusivas. São tambores de criola – manifestação registrada como patrimônio cultural imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) –, blocos de sujos (grupos que fazem percussão com latas e outros materiais), blocos tradicionais (que se assemelham às baterias de escolas de samba), blocos alternativos, blocos organizados, além dos blocos afro e das tribos de índio – normalmente, são grupos de crianças que se vestem de índio e fazem o batuque.
Essas manifestações se apresentam nos mais de dez pontos de festa durante o carnaval. Os pontos ficam no centro da cidade e estão divididos em circuitos: Deodoro/Cajazeiras, São Pantaleão, Madredeus/Ceprama e Litorânea – este último, na avenida da orla do mar, faz mais o estilo do carnaval baiano, com trios elétricos e tendas eletrônicas.
Há, ainda, o desfile das escolas de samba e blocos tradicionais pela passarela – esta, organizada pela prefeitura municipal. A cada noite, cerca de 20 atrações desfilam pela avenida. Enquanto os blocos criam nomes irreverentes, como No Maranhão o Babaçu Abunda, as escolas parecem reverenciar o carnaval carioca o tempo todo, com nomes como Império Serrano, Unidos de Vila Isabel e Turma da Mangueira.
Edição: Lana Cristina