Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Justiça da França aprovou hoje (23) a extradição de Manuel Antonio Noriega, de 77 anos, ex-presidente do Panamá (1983-1989). A decisão, que deve ser cumprida até o fim do ano, determina o retorno de Noriega ao Panamá. O ex-presidente é acusado de crimes como assassinatos, torturas, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
Na audiência em Paris, Noriega pediu para retornar ao Panamá "sem ódio nem rancor". "Meu propósito é retornar ao Panamá e demonstrar minha inocência, pois aconteceram julgamentos na minha ausência, sem assistência jurídica", disse ele.
Por 22 anos, Noriega ficou preso em penitenciárias dos Estados Unidos e da França. Na França, foi condenado por lavar dinheiro do narcotráfico, no montante de 2,3 milhões de euros.
Há dois meses, a Justiça da França rejeitou o terceiro pedido do Panamá para a extradição de Noriega pela morte do sindicalista Heliodoro Portugal. Porém, a França tinha aprovado o primeiro pedido de extradição apresentado pelo Panamá pelo assassinato, em 1985, do opositor do regime Hugo Spadafora.
Preso nos Estados Unidos de 1990 a 2010, Noriega foi extraditado para Paris no ano passado. Ele governou o Panamá no período de 1983 a 1989. O atual governo panamenho exige a extradição do ex-presidente para que ele cumpra pena por vários crimes, inclusive pelo desaparecimento de opositores, como Spadafora, encontrado decapitado.
Depois de 20 anos de detenção em uma prisão de Miami, nos Estados Unidos, por tráfico de drogas, Noriega foi extraditado para a França em 26 de abril de 2010. Em julho do ano passado, ele foi condenado pelo Tribunal Correcional de Paris a uma pena de sete anos de prisão por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
Em julho de 1999, Noriega já tinha sido condenado à revelia pela Justiça da França a dez anos de prisão e ao pagamento de 13,5 milhões de euros pelo crime de lavagem de dinheiro.
*Com informações da RFI, emissora pública de rádio da França
Edição: Vinicius Doria