Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Panamá informou que a extradição do ex-presidente Manuel Noriega, de 77 anos - que governou de 1983 a 1989 - para o país pode ocorrer a qualquer momento. A informação se baseia no fato de a Justiça da França, onde está Noriega, ter recebido a autorização dos Estados Unidos para enviar o ex-presidente para o Panamá, onde cumprirá 20 anos de prisão.

O advogado de Noriega, Yves Leberquier, disse que ele pode ser extraditado antes do Natal. A autorização das autoridades norte-americanas era necessária porque, inicialmente, a Justiça dos Estados Unidos extraditou Noriega para a França – onde está para cumprir pena de sete anos de reclusão por lavagem de dinheiro referente ao narcotráfico.

No fim de setembro, a Justiça da França rejeitou o terceiro pedido do Panamá para a extradição de Noriega pela morte do sindicalista Heliodoro Portugal. Porém, a França tinha aprovado o primeiro pedido de extradição apresentado pelo Panamá pelo assassinato, em 1985, do opositor do regime Hugo Spadafora.

Preso nos Estados Unidos de 1990 a 2010, Noriega foi extraditado para Paris no ano passado. Ele governou o Panamá no período de 1983 a 1989. O atual governo panamenho exige a extradição do ex-presidente para que ele cumpra pena por vários crimes, inclusive o  desaparecimento de vários opositores, como Spadafora, encontrado decapitado.

Depois de 20 anos de detenção em uma prisão de Miami, nos Estados Unidos, por tráfico de drogas, Noriega foi extraditado para a França em 26 de abril de 2010. Em julho do ano passado, ele  foi condenado pelo tribunal correcional de Paris a uma pena de sete anos de prisão por lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de droga, no valor de cerca de 2,3 milhões de euros.

Em julho de 1999, Noriega já tinha sido condenado à revelia pela Justiça da França a dez anos de prisão e ao pagamento de 13,5 milhões de euros pelo crime de lavagem de dinheiro.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto