Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) adotará, nos próximos 15 dias, novos procedimentos para pousos e decolagens no Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, para reduzir o barulho provocado pelos aviões. A informação foi dada pela presidenta do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, que ocupa interinamente a Secretaria Estadual do Ambiente. Os novos procedimentos atingirão, principalmente, a chamada Rota 2, cujas operações de pouso e decolagem causam barulho excessivo que incomoda os moradores de bairros vizinhos, como Santa Teresa, Laranjeiras, Flamengo, Urca e Glória.
“Nós tínhamos notificado a Infraero para reduzir o número de voos nos horários mais críticos, entre as 6h e as 8h da manhã e, também, após as 20h, mas a Infraero conseguiu uma liminar suspendendo a vigência dessa determinação. Agora, a Infaero nos comunicou que, nesta primeira quinzena de outubro, adotará os novos procedimentos na Rota 2 para reduzir o barulho nos bairros mais afetados”, disse ela.
As medidas da Infraero serão adotadas, “em fase de teste”, por 45 dias, quando as aeronaves passarão a voar em altitudes maiores, com novos ângulos de aproximação.
A presidente do Inea disse, ainda, que o órgão já vem monitorando os níveis de ruído dos aviões no Santos Dumont, que chegam a 90 decibéis, quando o limite permitido durante a noite e a madrugada é, no máximo, 55 decibéis.
“Como já estamos com um sistema de monitoramento de ruídos já operando nos bairros mais afetados, principalmente Santa Teresa e Laranjeiras. Nós vamos acompanhar este período de testes dos novos procedimentos para avaliar se realmente os ruídos serão reduzidos adequadamente, para que o aeroporto possa continuar operando sem causar tantos problemas para a vizinhança”, disse.
Procurada pela reportagem da Agência Brasil, a Infraero informou não ter posição oficial a respeito do assunto. Segundo a Infraero, o gerenciamento do espaço aéreo é responsabilidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). A Agência Brasil não conseguiu contato com o órgão.
Edição: Vinicius Doria