Indústria de jogos eletrônicos terá perfil traçado por pesquisa da Fusp

05/10/2011 - 18h20

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A indústria brasileira de jogos eletrônicos terá o seu perfil traçado por uma pesquisa da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp). A instituição foi a vencedora da licitação aberta pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O levantamento tem o objetivo de contribuir para a criação de políticas públicas de desenvolvimento do setor. O prazo de conclusão é previsto para 2012.

O professor do Departamento de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Esteban Clua, disse que o mercado nacional de jogos eletrônicos (games) vem crescendo nos últimos anos e a pesquisa da Fusp permitirá que se tenha dados detalhados do setor. Segundo ele, a participação brasileira no mercado mundial de games cresceu de 0,2% do total, em 2009, para cerca de 2% atualmente, em termos de vendas legais.

Clua estimou que o mercado de jogos eletrônicos nacional acumulou um faturamento de vendas, no ano passado, em torno de R$ 2 bilhões. Hoje, 51 empresas atuam no setor e são cadastradas na Associação Brasileira de Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames).

O professor da UFF declarou, contudo, que esse número pode ser bem maior, levando em conta que muitas empresas de tecnologia da informação e de mídias digitais começaram a desenvolver jogos. “É um novo filão a ser explorado, não só economicamente, mas também como uma nova mídia, para treinamento de empregos, como simuladores, em ambientes de realidade virtual, todos usando tecnologia de videogames”.

Embora continue destinando parte da produção para o exterior, o mercado interno de games “é forte”, disse Clua. Estudo recente feito nos Estados Unidos aponta o Brasil entre os quatro maiores consumidores na área de jogos, atrás da Alemanha, Rússia e dos Estados Unidos. A pesquisa não incluiu a China e a Coreia. “O Brasil tem 39 milhões de jogadores ativos, o que tem feito com que muitas empresas grandes fiquem de olho aberto no nosso país”.

O game nacional apresenta várias versões: jogos publicitários, jogos para empresas usarem em treinamento de funcionários, jogos casuais de consumo rápido para tablets (computadores de prancheta), entre outros.

O professor destacou a importância que o BRGames - programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura - teve para o setor ao confirmar que os jogos eletrônicos são um elemento cultural para o país. “O programa foi muito importante para que outras iniciativas viessem atrás”, disse. Ele ressaltou também o apoio que a indústria vem recebendo do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante. Graças ao esforço do ministro, a Microsoft já anunciou que vai abrir um polo de desenvolvimento em Manaus (AM).

O professor do Departamento de Computação da UFF informou que a indústria de jogos eletrônicos responde pela criação de 3 mil a 4 mil empregos diretos formais no país. Clua participou de conferência realizada dentro da Brasil Game Show, que reúne 92 expositores até o próximo domingo (9), no Rio de Janeiro.

 

Edição: Aécio Amado