Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A administração do Shopping Center Norte se antecipou à prefeitura de São Paulo e decidiu não abrir o centro comercial hoje (5). Ontem (4), a Justiça derrubou a liminar que permitia o funcionamento do shopping, um dos maiores da América Latina. A prefeitura paulistana não quer que o Center Norte funcione até que resolva o problema do acúmulo de gás metano no subsolo da área.
Em nota divulgada hoje, o Center Norte informou que está tomando as medidas exigidas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para voltar a funcionar. “O Shopping Center Norte concluirá, o mais rapidamente possível, as obras de implantação de todo o sistema de mitigação dos gases, com a instalação de dez drenos, um a mais que o exigido pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público e com a Cetesb”. A administração do Center Norte ressalta que não vê risco de explosão ou de incêndio no estabelecimento.
No dia 27, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo multou o shopping em R$ 2 milhões e determinou a suspensão das atividades das 331 lojas e restaurantes, estacionamentos e das filiais do supermercado Carrefour e do Lar Center, anexas ao centro comercial, em razão do acúmulo de gás metano, que é inflamável, no subsolo do centro comercial.
O terreno onde o shopping foi erguido está na lista das áreas contaminadas e consideradas críticas pela Cetesb, que constatou a presença de gás metano no subsolo, decorrente do processo de decomposição de matéria orgânica. Antes da construção do shopping, inaugurado em 1984, o terreno era usado como depósito de lixo.
O prefeito de SP, Gilberto Kassab, disse que a interdição só foi vai ser suspensa quando houver uma manifestação da Cetesb de que as obras necessárias foram realizadas. “Eu acredito que isso seja rápido. Até porque é uma obra simples, é a colocação de drenos que captam os gases e depositam na atmosfera ou em algum equipamento”, declarou.
Os funcionários do centro comercial estão preocupados com a segurança e com os empregos. “Nós sempre acreditamos nos dados da Cetesb, de que há risco para os trabalhadores. Quanto aos empregos, sabemos que 80% das lojas que estão nesse shopping também estão em outros estabelecimentos. Pedimos à administração que, se a interdição vier a acontecer por tempo maior, o trabalhador seja transferido para outras unidades de outros shoppings”, disse o diretor do Sindicato dos Comerciários de São Paulo Antônio Cabral.
Amanhã à tarde, o prefeito Gilberto Kassab e o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, irão vistoriar as obras que estão sendo feitas pelo shopping, acompanhados por técnicos da Cetesb.
Edição: Vinicius Doria