Cuba lembra revolução diariamente

01/08/2011 - 10h27

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Havana – A Revolução Cubana, que teve seu ápice em 1959, é lembrada diariamente no país. O processo de combate ao governo de Fulgencio Batista, ligado aos Estados Unidos, durou seis anos. Cada detalhe dessa história é mantido constantemente na memória dos cubanos por meio de cartazes e nos meios de comunicação – televisão, rádio e jornais.

Aos 73 anos, o segurança Guillermo de León tinha 18 quando integrou a campanha de divulgação, publicidade e arrecadação de recursos para ajudar os “companheiros guerrilheiros”. Com os olhos brilhantes, de León  lembra os esforços feitos para enfrentar o que chamou de “opressão norte-americana”.

“Tenho muito orgulho do meu país. A educação é nossa conquista maior”, disse ele. “Lembro do medo que tínhamos de tudo, na época da ditadura de Batista, agora todos são livres. Quando olho Cuba hoje, vejo que o imperialismo, apesar de sua fortaleza, não conseguiu nem conseguirá nada com a gente. O povo resistiu e resistirá sempre. Não voltaremos ao capitalismo a não ser que nos eliminem, digo, a todos os cubanos.”

Diferentemente da maioria dos cubanos, de León trabalhou normalmente durante o feriado de 26 de julho, que é o mais longo do país – são três dias – celebrado com uma grande festa cívica na cidade de Ciegos de Avila. A data é festejada porque nesse dia muitos dos que participavam da revolução foram presos e mortos, em seguida houve o que chamam de “triunfo”.

O grupo que venceu os embates contra as forças de Batista era comandado por jovens, todos com cerca de 20 anos - Ernesto Che Guevara, Fidel Castro, José António Mella e Camilo Cienfuegos. Parte dessa história está em ruas e estradas do país.

Há imagens dos líderes da revolução e palavras de ordem espalhadas por cartazes, outdoors ou simplesmente pintadas em paredes. “Revolução é não mentir jamais. Nem violar os princípios”, diz um dos cartazes. “Não ao bloqueio”, informa outro, referindo-se ao embargo econômico imposto pelos Estados Unidos, em 1960, em reação à revolução em Cuba.  
 
No último dia 26, os cubanos comemoraram os 58 anos da revolução. Nas janelas e portas das casas, lojas e instituições estatais cartazes saudaram a data. Dias antes houve celebrações pelo aniversário de 228 anos de vida de Símon Bolívar - o líder da libertação e autonomia das colônias espanholas - lembrado como exemplo permanente de resistência contra a opressão.

A repórter viajou a Cuba a convite do Instituto Internacional de Jornalismo José Martí, em Havana. Edição: Graça Adjuto