Da Agência Lusa
Brasília – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tentou hoje (30) transmitir algum otimismo às negociações entre democratas e republicanos sobre o teto de endividamento do país, afirmando, em mais um pronunciamento, que os dois partidos não estão “tão longe um do outro”.
Ontem, o Senado rejeitou, com 59 votos contra e 41 a favor, a proposta republicana aprovada na Câmara dos Representantes (deputados), a quatro dias da data limite fixada pelo Tesouro norte-americano para o país evitar a falha no pagamento das suas dívidas.
No seu discurso semanal, na rádio e na internet, Barack Obama disse que os dois partidos não estão “longe um do outro” e sublinhou a necessidade de um acordo que tenha “o apoio dos dois partidos que estão [no Congresso] para representar o povo norte-americano e não apenas uma pequena fração do partido”.
A última proposta dos republicanos para resolver a situação foi entregue à Câmara dos Representantes – controlada pelos conservadores – e aprovada ontem (29), mas o seu destino já estava selado: os democratas já tinham avisado que a rejeitariam e, duas horas depois, foi o que fizeram: rejeitaram a proposta no Senado, controlado pelos democratas.
A proposta que chegou pelas mãos do líder republicano na Câmara dos Representantes, John Boehner, sugeria o aumento do teto de endividamento em dois momentos: no primeiro, em troca de cortes na despesa. E no segundo momento, a sugestão era aumentar novamente o teto da dívida seis meses depois de aprovar uma emenda à Constituição para estipular a obrigatoriedade de um Orçamento equilibrado. Essa proposta provocou a ira dos democratas que anunciaram, desde logo, a rejeição da proposta. “Essa é a sugestão mais vergonhosa que eu já ouvi”, disse o senador democrata Richard Durbin.
De acordo com a agência de notícias BBC Brasil, a elevação proposta por Boeher foi de US$ 900 bilhões, o que permitiria o pagamento da dívida por mais alguns meses, além de cortes orçamentários de US$ 917 bilhões. O Senado e a Casa Branca tentam votar um projeto que aumente ainda mais o teto da dívida, em US$ 2,5 trilhões, e que promova cortes orçamentários de US$ 2,2 trilhões. A dívida americana hoje está em US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 2,2 trilhões).