Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O Brasil precisa ajudar a libertar os 11 advogados – entre eles uma mulher – presos no Irã por defenderam opositores do governo. O apelo foi feito hoje (7) pela advogada iraniana Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2003 e militante da área de direitos humanos.
Em entrevista na sede da seção da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Shirin agradeceu o empenho brasileiro no caso da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada ao apedrejamento por adultério. “A [presidenta] Dilma [Rousseff] preveniu o apedrejamento de uma mulher e, no ano passado, o Brasil votou contra o governo do Irã na ONU [Organização das Nações Unidas]. Isso foi muito importante.”
A militante afirmou que pretende falar pessoalmente com Dilma. Ela disse que não aceita ser recebida apenas por um representante do governo e insiste conversar com a presidenta. “Quero falar sobre direitos humanos, especialmente sobre os direitos da mulher. Só vim ver a Dilma. Não vou ver mais ninguém.” Até o momento, o governo não confirmou o encontro de Dilma com Shirin.
Perguntada se as revoltas em alguns países árabes podem atingir o Irã, a militante afirmou que isso colabora para mudanças em seu país. “O povo se cansou e se revoltou. E expulsou os ditadores. A democracia nos países árabes ajuda a democracia no Irã.”
Shirin vive exilada na Inglaterra. Filha de muçulmanos, ela se tornou-, em 1969, a primeira mulher iraniana a exercer a magistratura e a presidir um tribunal legislativo, em 1975.
Edição: João Carlos Rodrigues