Da BBC Brasil
Brasília – As autoridades francesas informaram hoje (7) que 74 corpos das vítimas do voo AF 447, da Air France, que caiu no Atlântico em 31 de maio de 2009, com 228 pessoas a bordo, ficarão definitivamente no fundo do mar. No total, foram retirados 154 corpos do oceano. A operação de resgate dos restos mortais, que começou mês passado, foi encerrada no último dia 3.
No fundo do mar, foi colocada uma placa com a inscrição: “Em memória às vítimas do acidente com o voo AF 447”, escrita em português, francês e inglês. A placa foi depositada pelo mesmo robô utilizado para recuperar os corpos, que estavam a 3,9 mil metros de profundidade.
Em uma carta enviada aos parentes das vítimas, o governo da França informou que, no total, 104 corpos “suscetíveis de serem identificados” foram retirados do oceano na quinta fase de buscas. Após a catástrofe, 50 corpos foram resgatados, 20 deles eram de brasileiros.
“Foram resgatados todos os corpos que tinham condições, conforme os critérios definidos pela carta dos juízes em 10 de maio e verificados pelas equipes de legistas”, diz a nota enviada às famílias das vítimas. No dia 10 do mês passado, os juízes responsáveis pelo processo na França informaram que apenas os corpos que não estivessem muito degradados e que “pudessem ser entregues decentemente às famílias” seriam resgatados.
Os corpos resgatados serão transferidos para um instituto médico-legal na França (o nome da cidade não foi informado) para o início da identificação das vítimas, que será feita pelos peritos do Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Militar francesa (IRCGN, na sigla em francês). O instituto, que atuou em 38 grandes catástrofes, dispõe, até o momento, do DNA dos parentes das vítimas europeias.
Um relatório intermediário sobre as causas do acidente deverá ser divulgado no final de julho, segundo o Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês). Mas o relatório definitivo, com as conclusões sobre o acidente, só será publicado no início de 2012.
Até lá, os investigadores examinarão detalhadamente os 1,3 mil parâmetros do voo, gravados por uma das caixas-pretas, como também as duas horas de conversas dos pilotos e de sons da cabine, gravados pela segunda, e analisarão ainda as peças do avião resgatadas, como os computadores de bordo, motores e partes das asas.