Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os representantes do G8 (que engloba os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha, o Reino Unido, a França, a Itália, o Canadá e a Rússia) se reúnem na quinta-feira (26) e na sexta-feira (27), na cidade francesa de Deauville, onde discutirão uma série de temas. Em pauta, a segurança nuclear, a crise no Oriente Médio e no Norte da África, e também a sucessão no comando do Fundo Monetário Internacional (FMI), após o afastamento do diretor-gerente Dominique Strauss-Kahn.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é uma das presenças esperadas para a reunião do G8, no interior da França. Ontem (23), Obama começou uma série de viagens pela Europa que reúne visitas à Irlanda, ao Reino Unido, à Polônia e à França.
O governo do presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, propôs a inclusão nas discussões sobre as questões referentes à segurança nuclear em decorrência dos acidentes ocorridos no Japão. Depois do terremoto seguido por tsunami, em 11 de março, houve uma série de vazamentos e explosões na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste japonês.
Em decorrência dos acidentes nucleares no Japão, várias cidades ao redor da usina foram esvaziadas. Houve contaminação da água, do ar e da terra. Foi proibido o consumo de animais e plantas da região. Os acidentes no Japão geraram uma preocupação mundial em torno da questão de segurança nuclear.
Também foi incluída na pauta do G8 a crise nos países muçulmanos, em particular na Líbia e Síria. O governo da Rússia diverge dos demais membros do bloco em relação aos ataques, coordenados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ao território líbio. Desde março, os ataques ocorrem na Líbia sob autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tendo como justificativa a proteção aos civis da região.
No dia 27, os chefes de Estado e de Governo do G8, que integram cargos nas Nações Unidas e organismos financeiros internacionais, reúnem-se com os primeiros-ministros do Egito e da Tunísia.
Os dois países africanos passaram por processos de turbulências devido às manifestações populares apelando por mudanças políticas. Em ambos os países, os presidentes renunciaram aos mandatos depois de décadas no poder.
No panorama econômico mundial, apesar dos sinais de recuperação, ainda há sinais de fragilidade. Ao mesmo tempo, ocorrem discussões sobre a sucessão ao cargo de diretor-gerente do FMI. Também estará em discussão a elevação do preço do barril de petróleo que causa preocupações.
Nos últimos dois meses, a Agência Internacional de Energia (AIE) advertiu ainda que ocorre um crescimento constante dos preços nos países produtores. O alerta é um recado direto aos países do G8 que representam quase dois terços da riqueza mundial e mais de metade do comércio internacional.
*Com a agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Talita Cavalcante