Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Câmara de Vereadores de Campinas (SP) criou hoje (20) uma comissão para acompanhar as investigações sobre a suspeita de um esquema de corrupção na prefeitura da cidade envolvendo o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), dois secretários municipais e a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), empresa de saneamento de economia mista controlada pela prefeitura de Campinas.
Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, o acompanhamento das investigações será feito pela Comissão de Representação, que será formada pelos vereadores Luis Yabiku (PDT), Alberto Alves da Fonseca (DEM) e Artur Orsi (PSDB). A comissão pediu uma cópia do relatório das investigações ao Ministério Público do Estado de São Paulo e a expectativa é que esse relatório seja entregue na próxima segunda-feira (23).
Na madrugada e na manhã de hoje, o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil conduziram uma operação em que 11 pessoas foram presas, acusadas de envolvimento no esquema, entre elas o diretor da Sanasa Aurélio Cance Junior.
Nove pessoas estão foragidas, entre elas o vice-prefeito da cidade e os secretários municipais Francisco de Lagos Viana Chagas (Comunicação) e Carlos Henrique Pinto (Segurança Pública). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a operação é um desdobramento de uma investigação iniciada em 2010 para apurar fraudes em licitações cometidas por empresários e agentes públicos da prefeitura de Campinas.
De acordo com o presidente da Câmara dos Vereadores, Pedro Serafim (PDT), a comissão era o único instrumento possível de ser usado neste momento já que três comissões parlamentares de inquérito (CPI) – limite máximo permitido pelo regimento interno – estão em funcionamento na Casa.
“Todos os vereadores estão muito preocupados com toda essa situação e vale a pena ressaltar que a Câmara está alerta a todos os fatos”, disse o vereador por meio de nota.
A comissão terá o prazo de 90 dias para apurar as denúncias de irregularidades na administração da prefeitura. Depois de analisar o relatório do MP, os vereadores poderão submeter a questão ao plenário da Câmara de Vereadores e, então, decidir pela criação de uma Comissão Processante.
Edição: Lana Cristina