Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acredita que o Congresso aprovará este ano a Comissão da Verdade, que vai buscar documentos e informações sobre crimes ocorridos durante a ditadura militar. Ele inaugurou hoje (1º) a exposição Registros de uma Guerra Surda, sobre o período militar (1964-1985), no Arquivo Nacional, no Rio.
Cardozo elogiou o trabalho desenvolvido pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Paulo Vannuchi em defesa da comissão. “O ministro Vannuchi teve um trabalho muito importante ao longo de sua gestão no ministério, no limite de suas possibilidades. Ele preparou o terreno para que agora possamos colher uma grande vitória para a sociedade brasileira. Sinceramente acho que existe clima para aprovarmos a Comissão da Verdade.”
O ministro ressaltou que há total sintonia entre ele e outros colegas ligados diretamente à questão. “Eu, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, estamos juntos, buscando uma articulação com o Congresso Nacional que permita termos um resultado que satisfaça a história de nosso país. Temos totais condições de aprovar este ano. Vejo muita sensibilidade no Congresso para essa aprovação.”
O deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) acompanhou Cardozo durante a inauguração da exposição e também demonstrou otimismo, embora com cautela, em ver aprovada este ano a Comissão da Verdade.
“O Parlamento está maduro, mas não significa que será fácil a aprovação e muito menos que ela será consensual. Sabemos que ela será fruto de um intenso debate político. Precisamos ter acesso a tudo o que ocorreu em nosso país”, disse Molon, que faz parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A exposição ficará aberta ao público entre os dias 4 de abril e 26 de agosto. A mostra apresenta imagens, documentos, filmes e textos sobre o período da ditadura. A entrada é franca.
Edição: João Carlos Rodrigues