Da BBC Brasil
Brasília – Uma semana depois do pior terremoto, seguido de tsunami e acidentes nucleares, da história do Japão, as autoridades do país ainda reúnem dados sobre as vítimas. A polícia japonesa confirmou hoje (17) 5.178 mortes. Continuam desaparecidas 8.606 pessoas.
Preocupada, a comunidade internacional busca meios para ajudar o governo do Japão. Uma das principais preocupações é com as consequências dos vazamentos e explosões nucleares ocorridos no país.
Por telefone, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou hoje com o primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan. Na conversa, Obama expressou preocupação com a situação. O norte-americano manifestou seus “mais profundos pêsames” pela perda de vidas e disse que o governo norte-americano está “determinado a fazer todo o possível para apoiar o Japão”.
O governo dos Estados Unidos prepara o envio de aviões ao Japão, com o objetivo de ajudar cidadãos americanos a deixar o país. Há também autorizações para a saída voluntária de parentes de diplomatas.
Em audiência ontem (16) no Congresso norte-americano em Washington, o chefe da agência norte-americana de energia nuclear, Gregory Jaczko, afirmou que as tentativas de resfriar os reatores da Usina de Fukushima estavam enfrentando sérios problemas. “Acreditamos que ao redor do local do reator haja altos níveis de radiação”, disse.
Para o secretário de Energia dos Estados Unidos, Steven Chu, a situação em Fukushima Daiichi parece mais séria que o derretimento parcial na Usina Nuclear de Three Mile Island, na Pensilvânia, em 1979. O Departamento de Estado americano pediu aos cidadão que vivem a até 80 quilômetros (km) da usina japonesa que deixem a área, perímetro muito mais abrangente que a zona de exclusão de 20 km sugerida pelo governo japonês.
A Grã-Bretanha recomendou aos seus cidadãos em Tóquio ou no norte da capital que deixem a região. A França também pediu aos seus cidadãos que deixem o país ou se dirijam ao Sul. Dois aviões da Air France foram enviados para retirar cidadãos franceses nesta quinta-feira.
O governador da província de Fukushima, onde está localizada a usina danificada, reclamou que os abrigos públicos não atendem as necessidades básicas, incluindo alimentos quentes. Cerca de 450 mil pessoas estão em abrigos temporários, muitas delas dormindo no chão de ginásios esportivos em escolas.