Da BBC Brasil
Brasília - O ex-presidente do Haiti Jean-Bertrand Aristide deixou a África do Sul hoje (17) para retornar ao seu país natal, após sete anos no exílio. Aristide deve chegar a Porto Príncipe, capital haitiana, na manhã desta sexta-feira (18), dois dias antes do segundo turno da eleição presidencial.
Os Estados Unidos se disseram “profundamente preocupados” com a possibilidade de que a volta do ex-presidente desestabilize o país. Aristide, um líder populista que foi forçado a fugir, em 2004, em meio a uma revolta, disse que não almeja um papel ativo na política haitiana. Sua volta vinha sendo comentada há semanas.
O ex-presidente recebeu de volta seu passaporte diplomático no mês passado, e seu advogado disse que ele gostaria de voltar rapidamente ao Haiti para não correr o risco de que o vencedor da eleição presidencial revertesse a decisão de permitir seu regresso. Arisitide deixou Joanesburgo, na África do Sul, na noite de hoje e deve chegar ao Haiti amanhã.
Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, outro ex-líder do Haiti, também voltou recentemente ao país. Ele agora está sendo processado por tortura e crimes contra a humanidade.
Funcionários do governo dos Estados Unidos disseram que o presidente Barack Obama telefonou para o mandatário sul-africano, Jacob Zuma, para manifestar sua preocupação com o retorno de Aristide para o Haiti.
“Os Estados Unidos, ao lado de outros na comunidade internacional, têm profundas preocupações de que a volta do presidente Aristide ao Haiti nos últimos dias da eleição possa ser desestabilizadora”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor.